A cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro na última semana, repetiu o padrão de gafes, irrelevância política e desperdício de recursos públicos que marcaram outras reuniões internacionais promovidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esta é a avaliação do jornalista Carlo Cauti em artigo publicado na Edição 277 da Revista Oeste.
A presença de representantes de regimes autoritários é um ponto central da crítica. O autor se refere ao Brics como “um clube de Estados canalhas” e menciona a ausência de Vladimir Putin, impedido de comparecer por ter mandado de prisão internacional, e a participação do Irã e de Cuba.
O artigo denuncia o vazio político da cúpula. Nenhum tema de relevância internacional teve consenso entre os membros. O Itamaraty teria sido obrigado a “buscar um denominador comum para justificar a realização do evento” e, por isso, apostou em assuntos genéricos como “vacinas, inteligência artificial e mudanças climáticas”.


Do ponto de vista econômico, o autor expõe o fracasso comercial do bloco e a inutilidade do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), presidido por Dilma Rousseff, já que o volume emprestado em dez anos é menor do que o da cooperativa brasileira Sicoob. Além disso, os empréstimos são cobrados em dólar e com juros, o que contraria a retórica de “empréstimos sem condicionalidades”.
A aproximação com ditaduras e a retórica anti-norte-americana resultaram em consequências imediatas. Depois de declarações de Lula contra o dólar e provocações a Donald Trump, o governo dos EUA respondeu com uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, “a maior alíquota do mundo”.
Para o autor, foi o custo de uma política externa ideológica e mal calculada: “Achar que o alinhamento com ditaduras […] pudesse trazer algum tipo de vantagem para o Brasil levou a uma das maiores crises da história da diplomacia brasileira”. A íntegra do artigo “Fracasso e infâmia do Brics” está disponível a todos os mais de 100 mil assinantes da Revista Oeste.
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Revista Oeste muito além do Brics
A Edição 277 da Revista Oeste vai além do texto de Carlo Cauti. A publicação digital conta com reportagens especiais e artigos de Silvio Navarro, J.R. Guzzo, Ana Paula Henkel, Rachel Díaz, Anderson Scardoelli, Tiago Pavinatto, Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino, Alexandre Garcia, Flávio Gordon, Dagomir Marquezi, Edilson Salgueiro, Eugenio Goussinsky, Tim Black (da Spiked), Evaristo de Miranda e Daniela Giorno.
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