Elisângela Coelho – 11/03/2025 09h33

A situação da fila do INSS é um verdadeiro absurdo e já não dá mais para ignorar. A cada dia, o número de pedidos de benefícios cresce de forma descontrolada.
Se em junho de 2023 a fila já era alarmante, com 1,35 milhão de pedidos pendentes, em novembro de 2024 esse número saltou para quase 2 milhões de processos em análise. Isso é um aumento de 46,6%. E, para piorar, o tempo médio de concessão dos benefícios também subiu — agora, a espera pode ser ainda mais longa, com 39 dias para a concessão, contra 34 dias no meio do ano. Isso sem falar no aumento do tempo bruto, que subiu de 36 para 43 dias.
A razão para esse caos é simples: o INSS está sobrecarregado, e a falta de servidores para dar conta do volume de pedidos só tem aumentado a tragédia. Para se ter uma ideia do tamanho do problema, a média mensal de pedidos passou de 700 mil para 1,4 milhão — o dobro!
Além disso, a greve dos servidores do INSS e dos médicos peritos, além de falhas nos sistemas em 2024, só pioraram as coisas. O que antes poderia ser resolvido em um prazo razoável agora está se tornando uma espera interminável.
E o que está sendo feito para resolver isso?
O governo até tentou adotar algumas medidas, como nomear mais de 1.600 servidores e realizar mutirões, mas nada disso resolve o problema estrutural do INSS.
As nomeações são pontuais e não suprem a grande necessidade de pessoal. O remanejamento de servidores e as revisões de benefícios por incapacidade até podem ajudar a acelerar alguns processos, mas não há como tapar o Sol com a peneira. O número de pedidos continua crescendo e a fila só se alonga, mês após mês.
O pior de tudo é que, enquanto o governo não contratar mais servidores e não investir em um sistema que realmente funcione, o problema não será resolvido. E o que vemos é um sistema público quebrado, onde os segurados são os mais prejudicados. A demora na concessão de benefícios, que já gera prejuízos financeiros, causa ainda mais sofrimento e incerteza para quem está esperando por um direito conquistado com tanto esforço.
Estamos indignados com essa situação! A falta de investimento e de ações mais efetivas só demonstra o descaso do governo com os cidadãos que dependem do INSS para garantir a sua aposentadoria ou benefícios em momentos difíceis, como no caso de um auxílio-doença ou de um salário-maternidade.
O INSS, que deveria ser um amparo para a população, se tornou um dos maiores obstáculos para quem precisa de um benefício.
Até quando vamos ficar reféns de um sistema ineficaz e de um governo que não investe em soluções reais?
Enquanto o governo não contratar mais servidores e não fazer a reforma que o INSS realmente precisa, a fila vai continuar crescendo, e quem paga o preço disso são os segurados que, cada vez mais, veem seus direitos sendo ignorados e sua paciência sendo testada.
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Dra. Elisângela Coelho foi trabalhadora rural, doméstica, vendedora e hoje atua como advogada especialista em direito previdenciário. |
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