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Flávio Gordon — O braço judicial do Foro de São Paulo

Ao denunciar a condenação de Álvaro Uribe como exemplo de lawfare, o secretário de Estado americano Marco Rubio não fez apenas um comentário pontual sobre a Colômbia, mas ofereceu um diagnóstico certeiro da patologia institucional que atravessa a América Latina.

Uribe, que ousou enfrentar as Farc e enfraquecer o narcoterrorismo, tornou-se alvo preferencial da elite judicial militante. Não por crimes provados, mas pelo pecado imperdoável de ter sido eficaz contra o projeto revolucionário da esquerda continental, que tem na união entre socialismo e tráfico de drogas a sua característica distintiva.

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A semelhança com o Brasil é gritante. Jair Bolsonaro, como Uribe, não sofre um processo jurídico normal, mas uma caçada política com verniz judicial. Também ele ousou desafiar o cartel ideológico que vai do Foro de São Paulo ao consórcio jurídico-midiático, e por isso, da perspectiva dos inimigos, precisa ser neutralizado e extirpado da vida política nacional. Sob o pretexto de “proteger a democracia”, o regime cerca-o com inquéritos intermináveis, inelegibilidade, medidas restritivas abusivas e a ameaça constante de prisão.

O comentário do secretário de Estado americano — descendente de cubanos perseguidos pelo regime narcossocialista de Fidel Castro, um expert na arte do aparelhamento — apenas corrobora o que os observadores mais atentos já sabiam: a lawfare não é um evento isolado, um acidente de percurso, mas uma tecnologia de poder refinada, desenvolvida e replicada nos países governados por quadrilhas do Foro de São Paulo.

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Uribe e Bolsonaro são exemplos claros de como, na nova (e nefasta) ordem jurídica latino-americana, líderes dissidentes são metodicamente isolados, processados, condenados e, enfim, politicamente neutralizados, tudo sob a aparência enganosa de normalidade institucional.

A Venezuela de Hugo Chávez e Nicolás Maduro foi o caso mais emblemático: a Suprema Corte, convertida em apêndice do poder executivo, perseguiu sistematicamente opositores, anulou resultados eleitorais e legitimou a dissolução de poderes, como no caso da Assembleia Nacional, num roteiro que se repete com variações na Nicarágua de Daniel Ortega, onde juízes se transformaram em censores e carcereiros. Também na Bolívia e no Equador, viu-se a instrumentalização do sistema judicial para perseguir ex-presidentes e calar vozes dissidentes, com processos construídos sobre frágeis bases e interpretações jurídicas elásticas que apenas serviam ao propósito político.

Post de Marco Rubio sobre Álvaro Uribe | Foto: Reprodução/XPost de Marco Rubio sobre Álvaro Uribe | Foto: Reprodução/X
Post de Marco Rubio sobre Álvaro Uribe | Foto: Reprodução/X

Rubio acerta o alvo: nenhuma democracia sobrevive quando a toga vira insígnia de facção político-partidária. Quer na Colômbia, quer no Brasil, o fato é que o Judiciário deixou de exercer a sua função constitucional de árbitro equilibrado, tornando-se o ator principal de uma infâmia política em que o final é conhecido: a liquidação de toda oposição verdadeira.

O silêncio ensurdecedor das chancelarias estrangeiras e das organizações internacionais apenas amplia o ridículo da situação. Em fóruns internacionais, repete-se a ladainha da “defesa do Estado de Direito” — uma frase que soa cada vez mais oca — enquanto, nos bastidores, aplaude-se a perseguição a líderes eleitos que não se curvam à cartilha ideológica do novo internacionalismo comunista. A complacência internacional, senão a cumplicidade ativa, torna-se o oxigênio que alimenta esse incêndio continental, pavimentando o caminho para uma consolidação autoritária que, não fosse a chegada da cavalaria americana de Donald Trump, talvez já se pudesse dar por irreversível.

Leia também: Aos inimigos a lei, reportagem publicada na Edição 275 da Revista Oeste

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