Durante evento na Igreja Batista da Lagoinha Alphaville na segunda-feira 18, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que a atuação criminosa e interesses do mercado imobiliário influenciavam diretamente a dinâmica da cracolândia, no centro de São Paulo.
De acordo com Tarcísio, a movimentação dos dependentes químicos e o fluxo naquela área estavam relacionados tanto ao controle de facções quanto a negociações imobiliárias na região. “O crime movimentava o fluxo de acordo com o preço imobiliário”, explicou o governador.
O chefe do Executivo paulista detalhou que o governo estadual adotou ações integradas envolvendo segurança, habitação, assistência social e saúde, além da implantação de um “hub de cuidado” destinado ao atendimento de dependentes químicos. Ele também mencionou operações policiais, cadastro dos frequentadores e a conversão de imóveis desapropriados para uso público.
Ações do governo no enfrentamento à cracolândia


Tarcísio informou que mais de 60% das pessoas cadastradas na cracolândia possuíam antecedentes criminais. O governador afirmou, sem detalhar números, que diversos usuários foram encaminhados para tratamento especializado.
Em entrevista a Oeste em junho, o vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth, afirmou que, para enfrentar o problema da Cracolândia, o governo ouviu especialistas de diferentes correntes ideológicas e analisou experiências internacionais para definir a melhor estratégia.
No dia 13 de maio, a cracolândia amanheceu vazia. Na ocasião, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), expressou surpresa com o sumiço repentino dos usuários.
O processo que resultou na saída dos usuários de drogas da Rua dos Protestantes coincidiu com a operação policial de remoção dos moradores da Favela do Moinho. As autoridades anunciaram a operação no dia 14 de abril.
Os governos municipal e estadual informaram que a favela funcionava como ponto de
armazenamento e distribuição de drogas no centro da capital. Ramuth disse que as autoridades prenderam mil traficantes só na Rua dos Protestantes, em 50 operações policiais.
“Pela primeira vez na história, a gente sabia quem estava lá”, revelou o vice-governador. “Fazíamos essas operações e qualificávamos as pessoas.”
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Ramuth ainda reclamou da falta de informações sobre a cracolândia em gestões anteriores e disse que sua gestão criou um “repositório de dados” para auxiliar gestões futuras.
Os governos municipal e estadual expandiram a operação da Rua dos Protestantes para o centro da capital, onde, segundo Ramuth, continua o trabalho de coleta de informações, encaminhamentos para o serviço de saúde e ações de segurança pública.
Leia tambem: “Para onde foram os usuários da cracolândia?”, reportagem de Uiliam Grizafis e Rachel Díaz na Edição 270 da Revista Oeste