Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

‘Fratura’ e ‘sem reconhecimento’: como Messi se sente com PSG

Neste domingo (29), o Inter Miami mede forças com o poderoso PSG, às 13h (de Brasília), no Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, pelas oitavas de final do Mundial de Clubes. O jogaço terá transmissão ao vivo pela CazéTV, disponível sem custo adicional no Disney+.

A partida marcará o reencontro de Lionel Messi com o Paris, clube que ele defendeu por cerca de dois anos, sendo bicampeão do Campeonato Francês.

Na equipe da capital francesa, o astro argentino viveu uma verdadeira “montanha russa” de emoções, começando com uma chegada recheada de empolgação e terminando em uma saída de certa forma “traumática” para o Inter Miami.

Messi foi contratado de graça pelo PSG em agosto de 2021, depois do Barcelona, que vivia crise financeira gravíssima, não conseguir se encaixar nas regras de fair play financeiro para renovar o seu contrato.

Ele chegou de jato a Paris e foi recebido por uma multidão de torcedores no aeroporto Le Bourget e, posteriormente, também no Parque dos Príncipes. No olhar dos fãs, a esperança era clara: havia chegado o craque que faltava para, ao lado de Neymar e Mbappé, levar o clube ao sonhado título da Uefa Champions League.

Mas nada saiu como o esperado para o craque na França, e sua passagem pelo PSG acabou bem antes do previsto…

“Fratura” e “sem reconhecimento”

Em sua primeira temporada no Paris, Messi marcou 11 gols e contribuiu com 14 assistências em 34 partidas.

O desempenho foi suficiente para levar a equipe a mais uma conquista da Ligue 1. Na Champions, porém, o argentino decepcionou.

O PSG, que havia terminado em 2º no seu grupo, deu azar no sorteio e pegou o Real Madrid logo de cara nas oitavas. Os franceses até ganharam a ida por 1 a 0, no Parque dos Príncipes, mas depois foram atropelados pelos merengues no Santiago Bernabéu, com um hat-trick de Karim Benzema colocando o gigante de Madri nas quartas.

As atuações de Messi nas duas partidas foram bastante criticadas, já que ele não conseguiu contribuir com gols e assistências. E o amor da chegada a Paris começou a se transformar em decepção, como o próprio astro admitiu em uma entrevista concedida em junho de 2023 ao canal beIN Sports.

“No começo, foi tudo maravilhoso. A recepção que me deram na chegada foi incrível. Mas, depois, algumas pessoas começaram a me tratar de forma diferente, uma parte da torcida do Paris”, relatou Messi, se referindo aos sempre exigentes ultras do clube francês.

“Eu acho que a maioria dos torcedores ainda me via da mesma forma que no começo, mas houve essa ‘fratura’ com um grupo significativo de torcedores do PSG, o que nunca foi minha intenção, longe disso”, seguiu.

“Foi algo que aconteceu comigo e que também aconteceu com o Kylian (Mbappé), com o Neymar… É a maneira como eles [ultras] se comportam”, criticou.

As muitas manchetes da imprensa francesa sobre a suposta “infelicidade” de Messi em Paris e a constante vontade de sua família em retornar a Barcelona também foram esgotando a paciência dos torcedores, que passaram a protestar de forma forte nos estádios, com vaias e faixas contendo mensagens de insatisfação.

A coisa “azedou” de vez no meio da temporada seguinte, quando ocorreu a pausa no calendário europeu para a disputa da Copa do Mundo 2022, no Qatar.

Após conquistar o título com a Argentina em cima da França em uma final memorável, Lionel se sentiu “boicotado” em Paris, já que não recebeu qualquer honraria ou menção de seu clube ao retornar para a sequência da temporada. Por outro lado, Mbappé ganhou destaque por sua grande atuação na partida, apesar do vice-campeonato.

Em uma entrevista em setembro de 2023 ao apresentador Migue Granados, da ESPN Argentina, Messi ressaltou que nunca teve qualquer problema ou sentiu “ciúmes” do tratamento dado a Mbappé em Paris, mas admitiu que ficou frustado com a falta de “reconhecimento” por parte do time, já que ele foi campeão mundial como atleta da entidade.

“A verdade é que me dei bem com ele (Mbappé) e com todos. Mas dava para entender (a frustração dos franceses): estávamos no lugar onde havíamos vencido a final e, por ‘culpa’ nossa, entre aspas, eles (franceses) não haviam sido mais uma vez campeões do mundo”, argumentou.

“Fui o único jogador (campeão do mundo) que não teve reconhecimento (de seu clube) entre todos os 25 jogadores (do elenco da Argentina)”, complementou.

Como Messi se sente em relação ao PSG?

Messi encerrou a temporada 2022/23 com bons números: 21 gols e 20 assistências em 41 jogos.

Mais uma vez, foi suficiente apenas para a conquista do Campeonato Francês, já que a Champions resultou em outra decepção: queda novamente nas oitavas, desta vez para o Bayern de Munique, com duas derrotas e Lionel “sumido” em campo.

Após o time todo ser vaiado durante a festa do título da Ligue 1, o camisa 10 desistiu de forma definitiva de ativar a cláusula de renovação de contrato por mais uma temporada com o Paris, acelerando as negociações para deixar o PSG.

Ele acabou acertando de forma surpreendente com o Inter Miami, admitindo que queria viver um fim de carreira mais relax em uma liga de menor exigência, como a MLS.

Após a chegada do astro, o clube norte-americano conquistou seus dois primeiros títulos profissionais, e Messi se tornou a nova “cara” do esporte em Miami, cidade de grande tradição em várias modalidades.

Agora, chegou a hora do reencontro com o Paris, equipe em que ele acabou passando o período de menor alegria em sua carreira, pelos motivos já citados.

Mas como o craque se sente em relação ao ex-clube? Ainda guarda mágoa por tudo o que aconteceu ou considera um caso superado?

Essa é uma resposta que nem mesmo seus amigos mais próximos têm. O lateral-esquerdo Jordi Alba, por exemplo, disse que não faz ideia sobre o que Messi acha do Paris.

“O que o Leo (Messi) quer é ganhar todas as partidas, como todos os grandes jogadores. Não sei o sentimento que ele tem pelo PSG. Eu sei o sentimento que ele tem pelo Barça. Ele passou dois anos lá (no PSG), o que aconteceu com ele lá só ele pode dizer…”, observou, em entrevista após o empate do Inter com o Palmeiras, pelo Mundial

“Eu não estava lá com ele, então não posso falar. E tampouco creio que posso falar desse tema. Só sei que a partida contra o PSG será muito disputada e muito difícil”, complementou.

Em sua entrevista mais recente sobre o tema, em fevereiro deste ano, à Apple Music, Lionel deixou claro que não gostou de seus dias em Paris.

“Foram dois anos (no PSG) em que eu não desfrutei, não estava feliz no dia-a-dia, no treinamento, nos jogos… Foi muito difícil para mim me adaptar a tudo”, pontuou.

Como jogadores do PSG se sentem em relação a Messi?

Mesmo que as coisas não tenham terminado bem entre Messi e Paris Saint-Germain, os atuais jogadores do time francês fazem questão de reverenciar o argentino.

O jovem atacante Doué, por exemplo, descreveu o astro como o “maior de todos os tempos” em entrevista no último sábado (28).

“Ele é o maior jogador da história, simplesmente. Fez história, é um GOAT [sigla que significa ‘maior de todos os tempos’], e é isso. É o maior de todos os tempos. Messi me inspirou quando eu era pequeno, e inspirou uma geração inteira. Acho que ainda estaremos falando dele em 30 ou 50 anos, isso é certo”, exaltou.

O lateral Lucas Hernández, por sua vez, assegurou que tratará Messi como “apenas mais um jogador do adversário”.

“Nós estamos muito tranquilos, estamos em nosso mundo. Amanhã é mais uma partida. Messi será mais um jogador da equipe adversária, e vamos fazer nosso jogo para tentar ganhar a partida. Obviamente, é especial jogar contra um grande jogador como Messi, mas não vai mudar nada em relação à nossa maneira de preparar a partida”, apontou.

Já o técnico Luis Enrique fez questão de colocar o argentino como maior futebolista da história, assim como fez Doué.

“Eu tive a oportunidade de treinar um Messi em sua plenitude… Uma plenitude que durou uns 10, 15 anos. Ele é o maior jogador da história do futebol, sem dúvida nenhuma. Essa é a minha opinião, evidentemente, há muitas opiniões diferentes”, iniciou.

“Quando trabalhamos juntos, ele mostrava seu nível máximo a cada três dias. Eu tive a oportunidade de ganhar tudo como treinador do Barça, e não só aproveitei os jogos ao longo dos três anos juntos como também os treinos. São cerca de 200 treinos por temporada, e o Messi fazia coisas nos treinos que são de outra raça, de outra situação”, lembrou.

“Ele tem uma capacidade com a bola, um controle nos gestos de mobilidade, das situações de jogo, que só alguém com as condições especiais dele consegue tornar fácil. Foi um prazer trabalhar com ele, uma época apaixonante, e creio que todos guardamos ótimas recordações desse tempo”, finalizou.

Onde assistir ao Mundial de Clubes?

O Mundial de Clubes tem transmissão ao vivo pela CazéTV, disponível sem custo adicional no Disney+

Compartilhe:

Veja também: