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Gilmar Mendes cobra ‘formação adequada’ de policiais

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), cobrou, em publicação feita nas redes sociais neste sábado, 12, “formação adequada” de policiais, A reclamação do magistrado ocorre depois de dois casos seguidos de mortes cometidas por agentes da Polícia Militar (PM) de São Paulo.

Segundo o juiz, o cenário requer “compromisso dos órgãos de controle e respeito aos direitos humanos”. Procurados, o governo de São Paulo e a Secretaria da Segurança Pública ainda não se manifestaram.

“O Estado não pode adotar os mesmos métodos daqueles que pretende enfrentar”, escreveu o ministro no X. “Segurança pública se faz com inteligência e respeito à legalidade.” Gilmar Mendes reforçou a importância da adoção de câmeras corporais nas fardas.

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Nesta sexta-feira, 11, os cabos da PM Renato Torquato da Cruz e Robson Noguchi de Lima, ambos do 16º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, foram presos em flagrante. As detenções ocorreram posterior à ação com morte na favela de Paraisópolis, zona sul da capital paulista.

Segundo a PM, ambos atiraram em um morador, identificado como Igor Oliveira, de 24 anos, quando ele já estava rendido, com as mãos na cabeça, conforme teriam mostrado imagens de câmeras corporais. A vítima não tinha antecedentes como adulto, mas registro de ato infracional por roubo e tráfico.

Situação da PM paulista diante das críticas de Gilmar Mendes

Carro da Polícia Militar (PM) do Estado de São PauloCarro da Polícia Militar (PM) do Estado de São Paulo
Viatura da Polícia Militar do Estado de São Paulo, corporação alvo de críticas do ministro Gilmar Mendes | Foto: Divulgação/PMESP

Em nota, os advogados Wanderley Alves e William Cássio, à frente da defesa de Cruz, afirmam que “não se deve fazer prejulgamentos”, uma vez que “a análise da COP [câmera corporal] não corresponde ao campo de percepção do policial militar”. Já a defesa de Lima afirmou que, como não teve acesso total às imagens, ainda não irá se manifestar.

Uma semana antes, na sexta-feira 4, o marceneiro Guilherme Dias Santos Ferreira foi morto por um policial de folga em Parelheiros, bairro do extremo da zona sul paulistana.

A vítima, de 26 anos, corria para o ponto de ônibus depois de sair do trabalho quando foi atingida na cabeça por um tiro disparado pelo policial Fábio Anderson Pereira de Almeida, de 35 anos. O agente disse tê-lo confundido com um dos bandidos que o havia assaltado momentos antes.

Almeida foi preso em flagrante e conduzido ao distrito policial, mas foi liberado depois de pagar fiança — o caso foi classificado inicialmente como homicídio culposo (sem intenção de matar), o que depois foi revertido pela Justiça.

Segundo Gilmar Mendes, os casos recentes apontam para “a necessidade urgente de reflexão sobre o tema da segurança pública”. “Nenhuma suspeita, por mais grave que seja, autoriza execuções sumárias”, afirmou o decano do STF. “A Justiça só pode ser feita com base em provas e processos regulares.”

O ministro reforçou a importância de mecanismos de controle. “As imagens de câmeras corporais, que teriam registrado a ação em Paraisópolis, por exemplo, reforçam a importância desses dispositivos como instrumento de controle, transparência e proteção, tanto para os agentes públicos quanto para os cidadãos.”


Revista Oeste, com informações da Agência Estado


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