A imposição de sanções com base na Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), gerou incômodo entre integrantes do governo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que o Executivo “repudia” a punição imposta ao magistrado brasileiro.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
“Mais um capítulo da traição da família Bolsonaro ao país”, escreveu Gleisi nas redes sociais. Na postagem, a ministra afirmou que “nenhuma nação pode se intrometer no Poder Judiciário de outra”.
A declaração de Gleisi ocorre quase um mês depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedir a libertação de Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina. Ela está presa em regime domiciliar depois de ser condenada por corrupção.


Além disso, o petista mandou um avião da Força Aérea Brasileira para buscar a ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia — também condenada por corrupção. Isso ocorreu em abril. Lula concedeu asilo diplomático à peruana.
A nova sanção do governo Trump ao ministro Alexandre de Moraes é um ato violento e arrogante. Mais um capítulo da traição da família Bolsonaro ao país. Nenhuma Nação pode se intrometer no Poder Judiciário de outra. Solidariedade ao ministro e ao STF. Repúdio total do governo Lula…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) July 30, 2025
Gleisi acusou Eduardo Bolsonaro de trair o país
A ministra classificou a medida como um ato “violento e arrogante”. Gleisi citou o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ao afirmar que a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) traiu o Brasil.
O parlamentar licenciou-se da Câmara dos Deputados e viajou aos Estados Unidos. Nos últimos dias, passou a articular ações no governo norte-americano contra decisões da Justiça brasileira.
Eduardo, por sua vez, declarou que a sanção representa um marco histórico e serve de alerta, pois, segundo ele, “abusos de autoridade agora têm consequências globais”.
“Não se trata de vingança, mas de justiça”, escreveu o deputado nas redes sociais. “Não se trata de política, mas de dignidade.” O parlamentar defendeu que o Congresso Nacional aprove uma anistia ampla para “restaurar a paz” e devolver a liberdade ao povo brasileiro.
A sanção contra Moraes
Eduardo também criticou a chamada “Tarifa-Moraes” de 50% sobre produtos brasileiros, ao dizer que tal medida reflete o isolamento do país no cenário mundial.


A decisão do governo dos Estados Unidos prevê o bloqueio de bens ao alvo da sanção em território norte-americano. Caso Moraes detenha participação igual ou superior a 50% em companhias nos EUA, seus ativos serão bloqueados.