O Athletic venceu o Goiás, fora de casa, por 2 a 1, na noite da última segunda-feira (23), pela 13ª rodada da Série B, em partida que ficou marcada por uma polêmica envolvendo o uso do VAR por parte do árbitro Alexandre Vargas Tavares de Jesus (RJ).
Tudo aconteceu a partir dos 15 minutos do segundo tempo. O placar mostrava 1 a 1 quando o Athletic teve uma falta na entrada da área do Goiás. O goleiro Adriel, que já tinha um cartão amarelo recebido no início da etapa complementar, foi ao local para fazer a cobrança.
O problema é que a infração demorou para ser cobrada por conta de uma indefinição na armação da barreira, com direito a reclamações de atletas dos dois times.
Com isso, o árbitro, que não tinha entendido que Adriel estava no local para bater a falta, achou que o goleiro estava tumultuando e aplicou o segundo amarelo, que resultou na expulsão.
O lance revoltou os jogadores do Athletic, que argumentaram com Alexandre que Adriel foi ao local para bater a falta e não para reclamar. Foi então que o árbitro de campo foi ao VAR, comandado por Philip Georg Bennett (RJ), para revisar o lance e retirar o segundo amarelo aplicado ao goleiro.
Após ir ao vídeo, Alexandre voltou atrás de sua decisão, e Adriel permaneceu em campo. O goleiro cobrou a falta direto na barreira. Ao final da partida, com um gol nos acréscimos, o Athletic venceu por 2 a 1.
Renata Ruel aponta “dois erros graves” da arbitragem
De acordo com Renata Ruel, comentarista de arbitragem da ESPN, Alexandre cometeu “dois erros graves”. O primeiro deles foi em campo ao aplicar o segundo amarelo ao goleiro por interpretar que ele estava no local para reclamar e não para cobrar a falta.
E o segundo erro foi ter ido ao VAR para retirar o segundo amarelo, algo que não é permitido pelo protocolo do uso da ferramenta. Esse equívoco pode gerar um erro de direito, segundo o artigo 259, §1º do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
“Esse tipo de erro pode sim parar no tribunal e até, de repente, o tribunal entender como erro de direito e anular a partida. É certo? Não. Mas é um erro protocolar gravíssimo. Na Série B temos um dos maiores erros de arbitragem do ano até aqui”, disse a comentarista de arbitragem.
O que diz a súmula?
No documento oficial da partida, Alexandre Vargas Tavares de Jesus (RJ) explicou o ocorrido.
“Aos 11 minutos do segundo tempo, o árbitro da partida iniciou uma revisão e solicitou imagens ao árbitro de vídeo por haver suspeitado que algo grave passou despercebido (incidente grave despercebido)”.
“Ao analisar as imagens, ficou evidente que o goleiro da equipe visitante não se dirigiu à bola com a intenção de retardar o reinício da partida ou reclamar com a arbitragem, mas sim para realizar a cobrança do tiro livre direto”.
“Diante disso, os cartões aplicados (vermelho e amarelo) foram anulados, e a partida foi reiniciada a partir da situação de jogo em que havia sido paralisada”, escreveu.
Goiás aciona departamento jurídico e estuda reclamação
À ESPN, Lucas Andrino, diretor de futebol do Goiás, confirmou que o departamento jurídico do clube estuda o caso e que poderá tomar medidas cabíveis a respeito do erro do árbitro.
Em coletiva após a partida, o próprio dirigente foi questionado sobre o assunto e falou a respeito do erro da arbitragem: “Nós conversamos sobre isso agora pouco, realmente ele toma o segundo amarelo e depois o vermelho. A regra fala que. Nesse caso, não é cabível o VAR. Ele se equivocou realmente”.
“Existe um erro dele e depois do VAR em interferir no jogo de forma crucial. Óbvio que nosso jurídico vai analisar. A gente sabe que voltar jogo no Brasil ou algo do tipo é uma decisão muito difícil de acontecer. Mas vamos olhar sim”, disse Lucas.