Na vitória por 2 a 1 do Racing sobre o Corinthians, na última quinta-feira (31), pela semifinal da CONMEBOL Sul-Americana, chamou a atenção o 2º tento do time argentino, anotado pelo meia Quintero.
No lance, a bola sai em lateral para o time da casa e um gandula atua rapidamente, entregando a redonda nas mãos do ala Rojas, que cobra o manual de forma imediata.
Na sequência, o atacante Martínez faz a “casquinha” e acha Quintero totalmente livre, já que a defesa alvinegra ainda tentava retornar para a área após subir ao ataque no minuto anterior.
Sem ser incomodado, o colombiano invade a área e toca na saída do goleiro Hugo Souza para balançar as redes e fazer o gol da classificação do Racing.
Surgiu, então, a dúvida: o lance teria sido ilegal pelo fato do gandula ter dado a bola diretamente nas mãos de Rojas, e não colocado a redonda no chão, como acontece nas partidas do Brasileirão?
Segundo Renata Ruel, analista de arbitragem da ESPN, o gol do Racing foi legal, já que não existe uma regra sobre como gandulas devem atuar na reposição das bolas.
De acordo com Renata, o que ocorre no Campeonato Brasileiro é apenas uma “orientação” da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) aos gandulas, mas não é exatamente uma regra.
Com isso, a arbitragem nada poderia fazer para checar ou anular o lance, já que não houve qualquer infração cometida pelo gandula e/ou pelos jogadores do Racing.
“No 2º gol do Racing, nós temos um lance inusitado, com o gandula repondo a bola rápido no arremesso lateral. Muita gente pergunta: ‘Mas o gandula não tem que repor a bola pelo chão?’. Isso não é regra, mas sim uma orientação que ocorre para os gandulas aqui no Brasil”, destacou Renata, durante participação no SportsCenter.
“No mundo não funciona assim. A gente viu acontecendo (em Racing x Corinthians) e não há infração alguma, não há erro algum da arbitragem em permitir isso. Foi tudo legal e normal”, complementou.
Renata Ruel ainda lembrou recente jogo do Campeonato Português entre Porto e Braga em que um lance muito parecido aconteceu, com o gandula repondo a bola rapidamente e “ajudando” no gol da vitória dos “Dragões”.
Na ocasião, o Porto até aproveitou para brincar com a situação e deu o prêmio de melhor em campo ao jovem Gonçalo Cruz, de 14 anos, por seu envolvimento decisivo no lance do tento marcado pelo brasileiro Pepê.