Dono de empresa de armazenagem é acusado de sumir com os grãos de pelo menos 200 agricultores; polícia investiga
Publicado: 12/08/2025, 04:00

Golpe contra agricultores no Paraná chega a R$ 22 milhões –
Um golpe contra produtores rurais em Campo Bonito (PR) virou caso de polícia. O dono da empresa de armazenagem, Celso Fruet, é acusado de sumir com os grãos de mais de 200 agricultores, oferecendo preços tentadores e solicitando que estocassem a produção em silos que, depois, foram encontrados vazios.
Ele está foragido e agora enfrenta prisão preventiva.
ENTENDA O CASO – A Polícia Civil do Paraná emitiu um mandado de prisão preventiva contra Celso Fruet, proprietário da Cerealista Fruet, em Campo Bonito, no oeste paranaense.
Ele é suspeito de aplicar um golpe milionário em produtores rurais — até agora, as denúncias totalizam R$ 22 milhões em prejuízos. A investigação estima que mais de 200 agricultores foram lesados.
Até o momento, 109 produtores registraram boletins de ocorrência, embora o número de vítimas provavelmente seja maior.
O golpe revisitou no final de julho, quando os agricultores, ao irem buscar seus grãos de soja e milho, encontraram os silos e escritórios vazios, sem funcionários ou equipamentos.
O que chama atenção, segundo a polícia, é a estratégia que Fruet usava: atraía os agricultores oferecendo preços acima do mercado — quando o balcão pagava R$ 100 por saca, ele oferecia entre R$ 104 e R$ 105. Uma prática que o tornava aparentemente vantajoso e confiável.
Fruet está foragido. A polícia tentou intimá-lo duas vezes, mas ele não foi localizado. Agora, com o mandado em vigor, as autoridades intensificam as buscas e estimulam outras vítimas a registrarem ocorrência.
Após a constatação do golpe, mais de 200 agricultores se reuniram com representantes da cerealista, que responderam estarem “tentando resolver a situação”, mas não apresentaram soluções nem prazos.
A defesa atribuiu a crise a uma “série de fatores conjunturais do mercado”, como oscilações do setor agrícola, altas taxas de financiamento e uma “concentração atípica de pedidos de fixação de soja por parte dos agricultores”, o que teria sobrecarregado o fluxo de caixa da empresa.
A nota informa também que a estrutura física da cerealista foi vendida para a cooperativa Copacol. Segundo a defesa, a venda foi um esforço para “liquidar dívidas e tentar buscar meios de reestruturação”.
A Copacol (Cooperativa Agroindustrial Consolata) comprou o imóvel e os equipamentos por cerca de R$ 40 milhões, se desvinculando das dívidas com os produtores.
Investigações revelam que esse não é o primeiro caso envolvendo o empresário: ele já teria agido semelhantemente em cidades como Capanema e Virmond, também no Paraná, recebendo grãos e sumindo sem honrar os acordos.
Com informações de: Agrofy News.