A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de impor prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro provocou reação de diversos governadores. Os pronunciamentos foram feitos por meio de publicações nas redes sociais nesta segunda-feira, 4, e manifestam críticas à medida judicial.
O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), defendeu o direito de manifestação. “Em uma democracia, a liberdade de expressão é um direito sagrado que deve ser garantido a todos os cidadãos”, escreveu. Segundo ele, Bolsonaro “não tem sentença condenatória e não deveria ser punido antecipadamente por se manifestar politicamente”.
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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que recebe “com desânimo este episódio” e disse não gostar da ideia de um ex-presidente “não poder se manifestar” pela imprensa ou redes sociais.
“Percebam que, de cinco presidentes eleitos após a redemocratização, apenas um, Fernando Henrique, não foi preso ou sofreu impeachment“, declarou. “Nosso país não merece seguir refém desse cabo de guerra jurídico-político que só atrasa a vida de todos há anos.”
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No Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) classificou a decisão como “uma medida extrema que acirra tensões políticas”. “Bolsonaro sempre esteve à disposição da Justiça”, acrescentou. Para ele, não se pode “tratar um ex-presidente desta forma”.
Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, chamou o episódio de “mais um capítulo sombrio na história de perseguição política do STF”. Segundo ele, Moraes determinou a prisão domiciliar “por ter sua voz ouvida nas redes”. “É a democracia do silêncio, a democracia do medo”, disse.
Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, afirmou que “a prisão de Jair Bolsonaro é um absurdo”. Ele argumentou que o ex-presidente foi “julgado e condenado muito antes de tudo isso começar”.
“Uma tentativa de golpe que não aconteceu, um crime que não existiu e acusações que ninguém consegue provar”, disse. Tarcísio questionou ainda se “vale a pena acabar com a democracia sob o pretexto de salvá-la” e declarou: “Não vão calar o movimento. Força, presidente. Estamos com você.”
A prisão de Jair Bolsonaro é um absurdo. A verdade é que Bolsonaro foi julgado e condenado muito antes de tudo isso começar. Uma tentativa de golpe que não aconteceu, um crime que não existiu e acusações que ninguém consegue provar.
Vale a pena acabar com a democracia sob o… pic.twitter.com/eE7hGNs8YM
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) August 5, 2025
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou que a medida “confirma” que Bolsonaro “já está condenado” antes do julgamento. “Se um cidadão não pode se manifestar publicamente em sua defesa, é porque o veredito está dado”, escreveu.
Na sequência, Caiado disse que o país precisa de uma liderança que tenha “autoridade moral” e que seja capaz de “pacificar o Brasil e conduzir as reformas que realmente importam”. “O País não aguenta mais ver seus problemas reais sendo deixados de lado”, argumentou.
Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná, também se posicionou. Ele afirmou que o Brasil “não será construído com ativismo, seja de qualquer parte”, e pediu equilíbrio e respeito à Constituição. “Briga não coloca mais comida na mesa do trabalhador”, disse. “O Brasil precisa de união para seguir em paz. Ao ex-presidente Bolsonaro, a minha solidariedade.”
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