Com a proximidade da instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a apurar irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), integrantes do governo Lula buscam impedir que um deputado ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro assuma a relatoria.
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O movimento ocorre depois de Omar Aziz (PSD-AM), aliado do Planalto, ter sido confirmado para a presidência do colegiado. Isso amplia a disputa pelo comando das investigações.
A escolha do relator, que ficará a cargo da Câmara dos Deputados, tornou-se alvo de articulação política. Parlamentares governistas defendem que o nome do Centrão seja o indicado, para afastar a possibilidade de um oposicionista ficar responsável pelo relatório final.


Segundo aliados de Luiz Inácio Lula da Silva, o fato de o comando da comissão não estar com o PT justifica a busca por equilíbrio no cargo de relator.
Disputa política marca instalação da CPMI


As tratativas entre as bancadas devem se estender pelos próximos dias, enquanto o governo tenta consolidar sua influência sobre os rumos da investigação. A preocupação do Planalto com o controle da comissão aumentou depois das pesquisas recentes indicarem queda na aprovação de Lula.
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À CNN, o líder do Partido Liberal (PL) na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que o partido não terá a relatoria da CPMI. Contudo, contará com seis vagas no colegiado. Assim, a tendência é que o relator indicado seja mesmo um nome do centro.
O governo aposta em medidas como o ressarcimento de aposentados e pensionistas prejudicados por descontos irregulares no INSS para recuperar apoio popular. Entretanto, perder espaço na CPMI pode comprometer a estratégia de reverter a atual tendência de queda de popularidade do presidente.
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Desde maio, o Planalto prepara parlamentares aliados para enfrentar a oposição na comissão. Apesar de tentativas anteriores de convencer Davi Alcolumbre (União-AP) a impedir a instalação do colegiado, o governo reconheceu a inevitabilidade da CPMI e passou a montar uma ofensiva para limitar o avanço de opositores nas funções centrais da investigação.

