A decisão de Israel de retomar a construção de mais de 3 mil moradias em uma área estratégica entre Jerusalém Oriental e Jericó gerou forte reação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Itamaraty classificou a medida como ilegal e prejudicial ao processo de paz no Oriente Médio.
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O Ministério das Relações Exteriores do Brasil alega que o projeto pode dividir a Cisjordânia em duas regiões. Também afirma que a ação pode separar Jerusalém Oriental do restante do território palestino. De acordo com a pasta, isso comprometeria a integridade local.
O anúncio da retomada foi feito pelo ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, na quinta-feira 14. Segundo a agência de notícias Reuters, ele declarou que o plano “enterra a ideia de um Estado palestino”.


Durante um pronunciamento na Cisjordânia, Smotrich afirmou que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apoiaram a retomada das obras na chamada “zona E1”.
Posicionamento do governo Lula
O projeto, segundo o governo brasileiro, viola o direito internacional. A administração petista também afirma que a medida desrespeita a Resolução 2334 do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
De acordo com o Itamaraty, a Corte Internacional de Justiça considerou ilícita a permanência de Israel nos territórios ocupados. Também afirmou que o tribunal determinou a suspensão imediata de novas atividades em assentamentos, além da evacuação dos residentes dessas áreas.
O governo brasileiro também afirmou que os palestinos têm direito a um Estado independente e soberano. Além disso, pediu que Israel evite ações unilaterais que possam ser interpretadas como anexação de território. Para o Itamaraty, tais medidas ameaçam a solução de dois Estados e dificultam a busca por paz duradoura.