Uma carta enviada pelo ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira ao secretário de Estado dos Estados Unidos Marco Rubio permanecerá sob sigilo por 15 anos. A decisão foi tomada pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva.
A decisão tem como base a classificação de “secreto” atribuída pelo Itamaraty. O documento só poderá ser acessado publicamente a partir de 25 de novembro de 2039.
O Ministério das Relações Exteriores justificou a restrição com base na Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527), alegando que a divulgação do conteúdo poderia “prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do país, ou envolver informações fornecidas de forma sigilosa por outros Estados e organismos internacionais”.
Segundo fontes diplomáticas, Mauro Vieira enviou o telegrama em novembro de 2024, com o objetivo de abrir um canal de diálogo com a gestão Trump. No texto, ele parabenizava Marco Rubio por sua posse como chefe da diplomacia norte-americana. A carta, no entanto, não foi respondida.
Mesmo diante do silêncio de Washington, Mauro Vieira continuou os esforços para reaproximação e se reuniu com Rubio em Washington na quarta-feira 30.
As relações entre os dois países vinham enfrentando tensão, especialmente depois da imposição de tarifas a produtos brasileiros e as sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, aplicadas pelos EUA com base na Lei Magnitsky.
No entanto, mesmo depois de ser recebido por Rubio, Mauro Vieira se manifestou contra a tarifa de 50% imposta pelos EUA a produtos brasileiros e contra a sanção ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Em pronunciamento na Embaixada do Brasil em Washington, Vieira afirmou ser “inaceitável e descabida a ingerência na soberania nacional no que diz respeito a decisões do Poder Judiciário do Brasil, inclusive a condução do processo judicial no qual é réu o ex-presidente Jair Bolsonaro”.
O pronunciamento de Mauro Vieira foi publicado nas redes sociais da Agência Brasil.
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