Integrantes do núcleo mais próximo do presidente Lula da Silva já trabalham com a possibilidade concreta de que as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, anunciadas por Donald Trump, entrem em vigor no próximo dia 1º de agosto. A avaliação interna é que, desta vez, o presidente dos Estados Unidos não deve recuar.
Apesar disso, oficialmente o governo brasileiro mantém a retórica de que ainda há espaço para negociações. Segundo informações do site da BBC News Brasil, sinais recentes da Casa Branca indicariam que Washington está disposto a sustentar as ameaças.
Lula: poucas chances de reversão
Entre os indícios que reforçam essa leitura estão as recentes declarações e postagens de Trump nas redes sociais com críticas ao governo Lula, além da decisão da administração norte-americana de revogar os vistos diplomáticos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes, e do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Embora interlocutores do presidente não descartem completamente um recuo de última hora, lembram que Trump já voltou atrás em decisões semelhantes no passado — como ocorreu nos embates comerciais com China, México e Canadá. No entanto, avaliam que, no caso brasileiro, as chances de reversão total ou parcial das tarifas diminuíram sensivelmente nos últimos dias.


Com pouco mais de uma semana até a entrada em vigor das tarifas, o governo brasileiro mantém sua estratégia de cautela e evita, publicamente, detalhar medidas de retaliação. A ordem é manter a pressão diplomática sem agravar ainda mais a crise.
Nos bastidores, auxiliares de Lula citam o exemplo da guerra comercial entre EUA e China. À época, Trump impôs tarifas de até 145% a produtos chineses. Pequim reagiu com medidas similares, inclusive restringindo exportações estratégicas. Meses depois de tensões, os dois países chegaram a um acordo, com tarifas reduzidas para cerca de 55%, em média. No Planalto, esse histórico representaria um possível modelo de desfecho, embora as perspectivas atuais sejam pessimistas.
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