O Palácio do Planalto interpreta as recentes ações dos Estados Unidos (EUA) ao Brasil, entre tarifas e sanções, como parte de uma estratégia mais ampla. Ela iria além do caso do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Integrantes do governo avaliam, conforme informação do jornal Folha de S.Paulo, que as medidas do presidente norte-americano Donald Trump têm o objetivo de influenciar o cenário político brasileiro. Seu alvo principal seriam as eleições presidenciais de 2026.
De acordo com uma fonte ligada à Presidência, Washington busca assegurar a presença de um candidato ideologicamente alinhado a Trump na disputa eleitoral do Brasil. O entendimento é que, mesmo que Lula vença em 2026, a legitimidade do pleito poderá ser colocada em xeque pelo líder norte-americano.


Figura proeminente da direita brasileira, o deputado federal e filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), afirma que, caso seu pai fique fora da eleição, os EUA não reconhecerão o resultado. Atualmente, ele está nos Estados Unidos em trabalho político com o governo Trump.
Movimentações dos EUA na América Latina


O governo brasileiro também observa um movimento dos Estados Unidos para reafirmar sua influência na América Latina. Além de pressionar pelo resultado favorável a Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal e criticar a prisão do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, Washington manifestou apoio à detenção da ex-presidente argentina Cristina Kirchner.
Em julho, Peter Lamelas, indicado por Trump para a embaixada dos EUA na Argentina, declarou que “se ela não fosse política, estaria na prisão”. “Ela está em prisão domiciliar por algum tipo de favoritismo político”, afirmou.
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O secretário de Estado Marco Rubio defendeu Uribe, sob o argumento de que seu único crime foi “lutar e defender incansavelmente sua pátria”, e acusou o Judiciário da Colômbia de ser “instrumentalizado” por “juízes radicais”.