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Guernica, de Picasso, retorna à Espanha

Em 10 de setembro de 1981, o famoso mural Guernica, de Pablo Picasso, retornou à Espanha depois de passar 42 anos no exterior. A obra icônica foi criada depois do bombardeio da cidade basca de Guernica, pela aviação nazista, durante a Guerra Civil Espanhola.

Em 1939, o artista transferiu o mural para o Museu de Arte Moderna de Nova York. Determinou que a obra só voltaria à Espanha quando as “liberdades democráticas” fossem restauradas no país.

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No começo da Guerra Civil Espanhola, o governo republicano encomendou a Picasso um mural para a Exposição Internacional de Paris, em 1937. Em Paris, Picasso ficou chocado ao saber do ataque aéreo alemão à cidade de Guernica, que apoiava os republicanos contra as forças de Francisco Franco.

Apesar de estar fora da linha de frente, Guernica foi bombardeada. O ataque durou três horas e resultou na morte de mais de mil habitantes. Picasso canalizou sua indignação na criação do mural, que concluiu em três semanas.

A exibição inicial de Guernica

A pintura, com 3,5 metros de altura e 6,8 metros de largura, usa tons de preto, branco e cinza para retratar cenas de horror e sofrimento, como um cavalo morrendo e uma mãe gritando com seu filho morto.

Guernica foi exibida no pavilhão espanhol da Exposição Internacional de Paris e, em 1939, enviada a Nova York. Com o início da Segunda Guerra Mundial, Picasso pediu que o mural e outras obras permanecessem no Museu de Arte Moderna em empréstimo prolongado.

Mural na cidade de Guernica, com uma reprodução da obra original | Foto: Reprodução/Wikimedia CommonsMural na cidade de Guernica, com uma reprodução da obra original | Foto: Reprodução/Wikimedia Commons
Mural na cidade de Guernica, com uma reprodução da obra original | Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

Depois da guerra, a maioria das obras retornou à Europa, exceto Guernica, que Picasso emprestou ocasionalmente a museus europeus. Durante o regime de Franco, Picasso não voltou à Espanha e recusou devolver Guernica, mesmo depois de algumas liberdades serem restauradas em 1967.

O artista faleceu na França em 1973, aos 91 anos. Dois anos depois, com a morte de Franco e a ascensão do Rei Juan Carlos I, iniciou-se a transição democrática na Espanha, e novos pedidos pelo retorno da obra foram realizados. Em 1981, finalmente, um acordo foi alcançado para o retorno do mural.

Chegada a Madri e exibição pública

Em 10 de setembro de 1981, Guernica chegou a Madri sob forte segurança. A pintura foi colocada em um novo anexo do Museu do Prado, próximo ao Parlamento espanhol, que havia sofrido uma tentativa de golpe militar em fevereiro de 1981.

O Rei Juan Carlos conseguiu impedir a revolta, convencendo os militares a manterem-se leais à constituição democrática da Espanha. Em 25 de outubro, no centenário do nascimento de Picasso, Guernica foi exibida ao público, protegida por vidro à prova de bala, em virtude de ameaças de terrorismo contra essa obra de grande carga política.

Por causa dos danos sofridos durante anos de transporte, é improvável que Guernica volte a ser exibida fora da Espanha. Atualmente, o quadro está no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madri.

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