Em 22 de setembro de 2018, o Fantasma venceu o Cuiabá por 1 a 0 e coroou uma campanha histórica, numa noite de tensão, recorde de público e heróis alvinegros
Publicado: 22/09/2025, 17:16

Foi o terceiro título do Fantasma na década –
Sete anos se passaram desde a noite que mudou de patamar a história recente do Operário Ferroviário. Em 22 de setembro de 2018, na Arena Pantanal, em Cuiabá (MT), o Fantasma venceu o Dourado por 1 a 0 e levantou a taça do Campeonato Brasileiro da Série C. A decisão vinha aberta após o primeiro capítulo no Germano Krüger, um eletrizante 3 a 3 em Ponta Grossa, que deixou tudo para a partida de volta no Centro-Oeste.
O roteiro da final ganhou contornos de drama logo no começo. Com somente três minutos de bola rolando, parte dos refletores da Arena Pantanal apagou, e o duelo foi interrompido. A espera foi longa, 90 minutos até o retorno da energia e a retomada do jogo. A imensa torcida cuiabana, que fez a maior festa do estádio, viu a noite virar eterna e, no fim, em silêncio.
Quando a bola voltou, o Cuiabá tentou empurrar o Operário para trás, mas o Fantasma soube sofrer e esperar o momento. Ele veio no começo da etapa final, Quirino disparou pela esquerda e bateu cruzado, Victor Souza espalmou, e Bruno Batata, oportunista, apareceu para empurrar às redes e escrever seu nome na história alvinegra. O relógio marcava 9′ minutos do segundo tempo. Era o gol do título, daqueles que a torcida decora a jogada, o segundo exato e até o barulho do estádio.

Bruno Batata fez o único gol do jogo | Foto: Lucas Figueiredo/CBF.
Se Batata foi o definidor, Simão foi o guardião da taça. O goleiro operou defesas decisivas, sobretudo na reta final, quando o Dourado lançou-se com tudo. Teve cabeceio à queima-roupa, chute rasteiro cara a cara e até bola no travessão, e lá estava Simão, no lugar certo, segurando o grito adversário e garantindo o 1 a 0 até o apito final. A Arena Pantanal recebeu mais de 41 mil pessoas e quebrou seu recorde de público. Mesmo assim, quem fez festa no gramado foi de Ponta Grossa.

Simão brilhou e salvou o Operário de tomar o empate | Foto: Divulgação/Cuiabá E.C.
O título de 2018 também carrega simbolismos que ajudam a dimensionar a façanha. Além de coroar o acesso já garantido à Série B, ele completou uma sequência inédita no país até então, o Operário vinha de ser campeão da Série D em 2017 e, no ano seguinte, ergueu a taça da Série C, duas divisões nacionais seguidas no topo, um feito raríssimo e que projetou de vez o clube de Ponta Grossa no cenário nacional.
De volta ao 22 de setembro, é impossível lembrar daquela noite sem juntar as imagens do mosaico humano nas arquibancadas, o apagão que alongou a tensão, o contra-ataque que sobrou em Batata, o punho cerrado de Simão a cada milagre, e, por fim, a volta olímpica sob a chuva de papel picado, com a taça erguida para um público que entrou para a estatística, 41.311 torcedores, mas viu o Fantasma fazer história em sua casa.
Com supervisão de Rodolpho Bowens.