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Haddad ainda culpa Campos Neto por nova alta da Selic

A recente elevação da taxa Selic de 14,75% para 15% foi associada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a decisões anteriores do Banco Central sob a gestão de Roberto Campos Neto, que não está mais na instituição há seis meses.

O atual presidente, Gabriel Galípolo, assumiu o comando do BC em janeiro, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Para Haddad, no entanto, a nova alta dos juros já havia sido encaminhada por Campos Neto na última reunião do Copom em dezembro, quando a Selic estava em 12,25%, e os atuais diretores, seis meses depois, simplesmente acataram a decisão do ex-presidente.

“Essa alta, sendo muito honesto, quem é do ramo sabe que falo a verdade, foi contratada na última reunião da qual participou o Roberto Campos, em dezembro. É como se tivesse estabelecido uma contratação futura da taxa. Não dá para dar cavalo de pau em política monetária, vai perder credibilidade. Tem que ter muita cautela”, declarou Haddad à TV Record.

Desde a posse de Galípolo, o Banco Central promoveu aumentos sucessivos da Selic em janeiro, março, maio e junho, totalizando elevação de 2,75 pontos porcentuais. Haddad também expressou preocupação com o patamar atual da Selic, considerando-o elevado diante das projeções de inflação.

No entendimento do ministro, é necessário “congelar o debate sobre aumento de gasto público” e buscar alternativas para a sustentabilidade fiscal. Ele destacou que aumentos de despesas só ocorreriam em situações emergenciais. “Quanto mais poupança nós fizermos, o Brasil tem a chance de entrar num ciclo virtuoso, crescer mais e por um longo período”, disse Haddad.

A justificativa do Copom para elevar a Selic confronta versão de Haddad

Ao contrário do que declarou Haddad, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central não tem relação com uma decisão pretérita, mas com a análise do cenário econômico atual.

+ Copom expõe preocupação com gastos do governo Lula

Na ata, divulgada na terça-feira 24, o Copom justificou a decisão de manter os juros elevados por mais tempo com a necessidade de conter o ritmo da atividade econômica. Também expressou preocupação com a falta de uma política fiscal consistente do governo Lula. O atual patamar da Selic é o mais alto desde julho de 2006.

Novas medidas fiscais e críticas do mercado

Com a publicação de uma medida provisória neste mês, o governo federal estabeleceu novos mecanismos para elevar a arrecadação de impostos, buscando compensar a diminuição do aumento do IOF. As mudanças incluem a elevação da taxação de apostas esportivas e a alteração na tributação de instituições financeiras, além de um decreto que ajustou para baixo o aumento do IOF anunciado em maio.

Apesar do foco em ampliar as receitas, parte do mercado mantém críticas quanto à ausência de cortes de gastos e demonstra desconfiança em relação ao compromisso do governo com as metas fiscais. Haddad, porém, demonstrou otimismo: “Briga, discute, diverge, mas aí vamos pelo país e baixa um espírito de responsabilidade geral para nós avançarmos um pouco mais”, disse o ministro.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto | Foto: Flickr

Segundo relatório da Instituição Fiscal Independente do Senado Federal, divulgado nesta terça-feira, 24, a previsão é de que a União encerre 2025 com um déficit primário de R$ 83,1 bilhões, valor que se mantém dentro da meta fiscal estabelecida.

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