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Haddad cita cortes, impostos ou STF

A decisão do Congresso Nacional de derrubar o decreto que elevava a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras provocou um novo abalo nas relações entre o Executivo e o Legislativo. O jornal Folha de S.Paulo divulgou as informações nesta quinta-feira, 26.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reagiu com desconforto à derrota e apresentou três caminhos, que o governo Lula estuda, para conter o impacto fiscal: acionar o Supremo Tribunal Federal (STF), cortar ainda mais o Orçamento ou encontrar novas fontes de receita.

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Segundo Haddad, a decisão sobre qual rota seguir está nas mãos do presidente, mas ele deixou clara sua preferência por recorrer ao STF. Ele também alertou para os efeitos de uma eventual nova rodada de cortes. A medida pode afetar setores como saúde, educação e habitação popular.

A Fazenda já bloqueou R$ 30 bilhões no Orçamento e admite a possibilidade de cortar mais R$ 12 bilhões. Sem aumento de arrecadação, a tesoura pode se aprofundar.

O ministro da Fazenda minimizou o caráter pessoal da derrota no Congresso e rejeitou a ideia de isolamento dentro do governo. Disse contar com apoio da cúpula do PT, incluindo a presidente Gleisi Hoffmann e o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).

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Ao falar sobre a decisão de Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, Haddad relatou que soube da votação apenas na manhã do dia 25, depois de um tuíte publicado à noite.

“Eu acordei com uma ligação da Gleisi, com o tuíte”, disse o ministro. “E aí eu perguntei: ‘Você já falou com ele?’ E ela entrou em contato com ele, perguntando se era aquilo mesmo, se era uma decisão que estava tomada, e ele falou que sim.”

Haddad evitou confrontos e disse que respeita a autonomia do Parlamento. Contudo, defendeu a ideia de que a legalidade do decreto fosse reavaliada. Ele também rebateu as críticas de que o governo não apresentou medidas suficientes de contenção de gastos.

Haddad cobra tributação dos super-ricos e rejeita discurso populista

Para o ministro, já há uma série de reformas em andamento, como a reavaliação das isenções fiscais, a revisão do BPC, dos supersalários, das aposentadorias militares e dos critérios de acesso a benefícios sociais.

Em meio ao impasse, Haddad elevou o tom contra a elite financeira. Ele afirmou que parte da resistência no Congresso e no setor empresarial tem origem em propostas que afetam os mais ricos.

Segundo o ministro, cerca de 140 mil brasileiros têm rendas milionárias e pagam, em média, 2,5% de Imposto de Renda, enquanto professores da rede pública pagam 10%. Nesse sentido, criticou o modelo tributário atual e sustentou que sua agenda mira justamente essas distorções.

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Sobre o Bolsa Família, Haddad confirmou que o governo não deve reajustar o valor dos benefícios em 2026, ano de eleição presidencial. Segundo ele, o valor atual está alinhado às metas internacionais de combate à fome, e a prioridade é manter o equilíbrio fiscal.

Haddad disse que Lula chegará competitivo à disputa de 2026 e reconheceu que a eleição será acirrada. Para ele, mais importante do que vencer é garantir que um eventual novo governo consiga governar com estabilidade econômica e respaldo institucional.

A proposta de reduzir 10% das isenções fiscais, antes prevista para esta semana, foi adiada para agosto. Haddad justificou que a medida exige estudos técnicos e uma estratégia política mais consistente. No centro da crise, ele insiste em que não atua por conveniência, mas por convicção econômica.

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