O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reagiu nesta quinta-feira, 31, às tarifas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos contra produtos brasileiros.
Segundo o petista, a decisão de Washington D.C. provoca efeitos “injustos”, ameaça setores que não deveriam ser atingidos e representa um retrocesso nas relações comerciais entre os dois países.
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“Há muita injustiça nas medidas que foram anunciadas ontem”, disse Haddad. “Há correções a serem feitas. Há setores afetados que não precisariam estar sendo afetados. Há casos dramáticos.”
A gestão de Donald Trump anunciou o pacote tarifário. Desta forma, o republicano reassumiu protagonismo no debate econômico ao aplicar novas restrições comerciais.
Em resposta, Haddad confirmou que o governo brasileiro pretende recorrer formalmente contra a decisão, tanto no âmbito jurídico norte-americano quanto em organismos internacionais.


Além disso, informou que deve se reunir com Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, para negociar a medida de Trump.
“A assessoria do secretário Bessent fez contato conosco ontem e que finalmente vai marcar a segunda conversa”, destacou Haddad. “Haverá agora uma rodada de negociações, e vamos levar às autoridades norte-americanas o nosso ponto de vista, e obviamente vamos recorrer às instâncias devidas, tanto nos EUA quanto organismos internacionais.”
O ministro ressaltou que o comércio entre os dois países já vem encolhendo nas últimas décadas. Para ele, o aumento de tarifas vai na contramão do interesse comum e dificulta a aproximação comercial.
Haddad diz que Brasil não pode funcionar como “apêndice” de blocos econômicos
Durante a fala, Haddad destacou que o Brasil tem autonomia e não pode funcionar como dependente de grandes blocos econômicos. “Não pode ser apêndice de China, de União Europeia, nem dos Estados Unidos”.
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Ele afirmou ainda que o governo pretende mostrar aos parceiros comerciais que a postura brasileira é “responsável e previsível”. Mais cedo, o ministro disse que as tratativas estavam evoluindo e mencionou, inclusive, a possibilidade de uma visita à Casa Branca, junto com o vice-presidente, Geraldo Alckmin.