A discussão sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) voltou a ser destaque nesta terça-feira, 8, depois de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciar a intenção de apresentar documentos técnicos que sustentam a necessidade da medida ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
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O petista informou que pretende demonstrar ao juiz que o aumento busca combater práticas como elisão e evasão fiscal, além de evitar planejamentos tributários nocivos. Segundo ele, cerca de R$ 800 bilhões beneficiam grupos econômicos específicos, fato que prejudicara o empresariado nacional.
Impacto fiscal da medida de Haddad e reação do governo


Durante conversa com jornalistas, o ministro afirmou que a situação compromete as metas fiscais do governo e mantém a taxa de juros elevada. Isso, segundo ele, “prejudica o país inteiro”.
“Qual o sentido de favorecer uns empresários e prejudicar todos?”, questionou Haddad. “Não faz sentido nenhum.”


Alexandre de Moraes marcou para o dia 15 de julho uma audiência de conciliação sobre o impasse envolvendo o IOF. A discussão opõe o Executivo e o Congresso Nacional. Em junho, a arrecadação do imposto chegou a R$ 8 bilhões, marca que supera em R$ 2,1 bilhões o valor registrado em maio, que foi de R$ 5,9 bilhões.


Em outra entrevista, Haddad defendeu a retomada de discussões econômicas no Legislativo, pois, para ele, a agenda do Congresso evoluiu pouco em 2025. “Podemos fazer a agenda andar”, disse. “Tem muita coisa boa para ser votada no Congresso Nacional, muita coisa boa que pode ajudar no ambiente de negócios.”
O ministro ainda comentou sobre sua relação com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com quem não tem o direito de manter o relacionamento estremecido. Destacou também a existência de vários amigos em comum e frisou que “quando um não quer, dois não brigam”. “Nós não vamos brigar, porque no caso aqui nenhum dos dois quer”, explicou o petista.
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Haddad revelou que planeja conversar com Motta nos próximos dias e confirmou que uma reunião pode ocorrer ainda nesta semana. “Eu já disse e repito, eu nunca saí de uma mesma negociação”, afirmou. “Eu só saio com acordo.”
Por sua vez, Motta declarou à imprensa que ainda não tem encontro agendado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar do tema.