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Hamas sofre pressão interna e negocia com Israel

Na última semana, um confronto entre uma influente família de Gaza e o Hamas ocorreu em um hospital de Khan Younis. Provocou incêndios em veículos e danos a equipamentos.

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O conflito ocorreu em um momento no qual o Hamas, pressionado, começa a aceitar um cessar-fogo. Delegações de Israel e do grupo terrorista Hamas se reúnem neste domingo, 6, no Catar, na tentativa de chegar a um acordo por uma trégua e a libertação dos reféns sob controle do grupo terrorista.

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O Hamas tem encontrado resistência também internamente. O grupo terrorista acusa o clã Barbakh de roubar suprimentos de ajuda e causar danos ao hospital Nasser. Enquanto isso, veículos de comunicação contrários ao Hamas alegam que membros do grupo terrorista buscaram refúgio no hospital depois de assassinar um integrante da família.

O episódio desencadeou uma troca intensa de acusações. Em um canal popular no Telegram, contrário ao Hamas, a família Barbakh denunciou a repressão sofrida desde a tomada do poder pelo grupo, afirmando que “a família Barbakh tem pago o preço por suas posições e foi alvo da repressão do Hamas. O momento de reagir chegou.”

Essa resistência não é isolada. Pela primeira vez em quase 20 anos de controle do Hamas, grandes clãs fortemente armados expressam oposição ao grupo, por meio de declarações públicas quanto e de confrontos armados.

Esse movimento desafia a capacidade do Hamas de manter seu domínio local, sobretudo diante do desgaste militar e da perda de apoio popular provocados pelo conflito que já se estende por quase dois anos.

Em junho, o presidente do partido Israel Beitenu, Avigdor Liberman, afirmou que o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu fornece armas para milícias em Gaza. Houve também relatos sobre a coordenação entre Israel e facções emergentes não pertencentes ao Hamas.

Incômodo ao Hamas

Sem negar a afirmação, o gabinete de Netanyahu declarou que “Israel está tomando várias medidas para derrotar o Hamas, com base nas recomendações de todos os chefes de agências de segurança.”

Outra milícia contrária ao Hamas é a de Yasser Abu Shabab, um morador de Rafah, no sul de Gaza. Recentemente ele apareceu em um vídeo declarando a formação de uma nova força armada, ligada à Autoridade Palestina (AP).

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Apesar da possibilidade de Israel estar em busca de opções para enfraquecer ou mesmo substituir o Hamas no controle da Faixa de Gaza, especialistas consideram a situação complexa. Esses grupos se opõem ao Hamas, mas continuam a criticar duramente Israel, o que dificulta qualquer aliança clara.

Michael Milshtein, chefe do Fórum de Estudos Palestinos da Universidade de Tel-Aviv, afirmou ao The Times of Israel que a influência dos clãs armados ainda está restrita ao sul de Gaza e que, por enquanto, eles representam mais um incômodo do que uma ameaça real ao Hamas.

“No momento, vejo os clãs como um desafio para o Hamas, mas não como uma ameaça real ao seu domínio, nem como parceiros viáveis para Israel no futuro”, afirmou Milshtein.

Segundo ele, “o Hamas permanece a força dominante em Gaza, especialmente através da unidade ‘Saham’, que mantém a ordem pública principalmente no norte da Faixa. No sul, onde as Forças de Defesa de Israel têm maior controle, observa-se a presença mais frequente desses fenômenos ligados aos clãs.”

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