A Bayer submeteu pedidos de registro do herbicida icafolin-metil à União Europeia, após concluir processos semelhantes no Brasil, Estados Unidos e Canadá. Com lançamento previsto a partir de 2028, o produto deve chegar primeiro ao mercado brasileiro. A expectativa da empresa é que o icafolin gere cerca de 750 milhões de euros em vendas globais por ano.
De acordo com a fabricante, a nova molécula representa o primeiro mecanismo de ação inédito em mais de 30 anos para controle de plantas daninhas em pós-emergência.
O icafolin foi desenvolvido para uso em culturas anuais e perenes, como soja, cereais, leguminosas, oleaginosas, frutas de caroço e de pomar, nozes, uvas e cítricos.
Novo mecanismo de ação e foco em agricultura regenerativa
Segundo a Bayer, o icafolin pertence a uma nova classe química que permite aplicações com doses mais baixas e mais precisas, com foco em segurança e sustentabilidade. O produto complementa herbicidas como o glifosato e busca enfrentar o avanço da resistência de plantas daninhas, um dos principais desafios da produção agrícola atual.
As plantas daninhas competem com as culturas por luz, água e nutrientes, afetando diretamente a produtividade. De acordo com a Bayer, o icafolin oferece um controle eficaz ao interromper a atividade das plantas daninhas no campo, mas sem eliminá-las imediatamente, formando uma cobertura que ajuda a reduzir a erosão e preservar a umidade do solo.
Essa abordagem contribui para práticas de plantio direto e cultivo reduzido, elementos centrais da agricultura regenerativa. O objetivo é melhorar a saúde do solo e aumentar a resiliência das lavouras.
O icafolin é o primeiro produto criado com base na plataforma de pesquisa CropKey, que utiliza inteligência artificial para projetar moléculas com múltiplos critérios: eficácia agronômica, segurança ambiental, sustentabilidade e conveniência para o agricultor.
O modelo permite acelerar o desenvolvimento de novos produtos ao invés de apenas rastrear compostos existentes. A Bayer pretende usar essa abordagem para criar futuras soluções de controle de pragas, doenças e ervas daninhas com ação específica em proteínas vegetais.
Segundo a empresa, o uso da inteligência artificial tem encurtado o tempo entre a concepção da molécula e sua chegada ao mercado, o que pode ampliar o acesso dos produtores a tecnologias mais eficazes e ambientalmente responsáveis.
Após o lançamento no Brasil, o herbicida deve ser disponibilizado também nos mercados dos Estados Unidos, Canadá, União Europeia e outras regiões.