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Hip-hop sem woke – Revista Oeste

“Hip” é gíria para “por dentro”, “moderno”. E “hop” quer dizer agitado, dançável. O hip-hop é um gênero que nasceu nos bairros de Nova York – especialmente o Bronx – por volta de 1973. A mistura chegou na hora certa: o ritmo do funk (o verdadeiro) e palavras ditas no ritmo, transformando a voz num instrumento de percussão.

A série Hip-Hop Was Born Here (Paramount+) é apresentada por um astro do gênero, LL Cool J. Ele circula as ruas de Nova York entrevistando alguns dos pioneiros do gênero, que contam suas histórias. E como o gênero que inventaram saiu das esquinas e se tornou uma tendência global. Os garotões de tênis Adidas e correntes de ouro que batalhavam para comprar o almoço começaram a ganhar milhões. Como os pioneiros do Sugarhill Gang:

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A série mostra também o lado tecnológico dessa evolução. Como as mesas de toca-discos se tornaram um instrumento musical e os enormes boombox espalharam o novo som pelas ruas. Das ruas foram para as emissoras de rádio, e daí para o resto do mundo. Todo mundo passou a fazer rap, na América do Sul, no Japão, na Rússia, na Austrália, na Europa.

Um boombox (imagem: reprodução redes sociais)

Documentários sobre a cultura negra costumam começar com a mesma conversa sociológica e esquerdista que fala da luta dos direitos civis, da dívida da escravidão, etc. Hip-Hop Was Born Here (“o hip hop nasceu aqui”) não vai por esse caminho. Mostra que os criadores do gênero, quase todos de origem pobre, queriam simplesmente subir na vida.

O que nos faz lembrar a música do grupo funk rock The Time, “Cool” – “Eu tenho uma cobertura em Manhattan / Duas mais em Malibu / Comprei um Cadillac Seville / e tenho uma Maseratti também“. Um dos entrevistados conta que eles faziam letras desse tipo porque projetavam o que não tinham e desejavam. O hip hop refletia eventualmente as más condições de vida dos seus criadores e o racismo. Mas era um gênero aspiracional. Falava de jovens que queriam ficar ricos. E muitos deles ficaram de verdade.

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