Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

‘Hoje, o Congresso não serve para nada’

O deputado federal Maurício Marcon (Podemos-RS) afirmou que o Congresso Nacional perdeu sua função diante do avanço do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as prerrogativas legislativas. “Hoje não serve pra nada, o Congresso é um apêndice na sociedade”, declarou o parlamentar, em entrevista ao Arena Oeste desta quinta-feira, 17.

Segundo ele, decisões monocráticas de ministros como Alexandre de Moraes têm usurpado o papel do Legislativo. “Foi uma humilhação não só à Câmara, mas também ao Senado”, disse, em referência à recente decisão que reverteu uma deliberação unânime do Congresso sobre o IOF. “O STF desrespeitou o povo e os entes federativos com uma canetada só.”

YouTube videoYouTube video

Marcon afirmou que há um desequilíbrio institucional no país e criticou o silêncio da Câmara frente aos abusos. “Já viramos a Venezuela”, disse. “Institucionalmente, somos a Venezuela. Falta apenas a deterioração econômica, que vai acontecer se essas sanções se perpetuarem.”

Para o parlamentar, o Brasil vive uma “farsa democrática”. “Se os três Poderes não sentarem como adultos e reconhecerem que todo poder emana do povo, não teremos democracia”, avaliou Marcon, ao citar o primeiro artigo da Constituição Federal.

Leia mais:

Apoio de Trump está ligado à perseguição contra Bolsonaro, diz deputado

Marcon avaliou como positiva a atuação do presidente Donald Trump em apoio à direita brasileira. “O Trump quer a liberdade de expressão garantida, a volta da democracia e a anistia”, afirmou.

Para o deputado, a postura do presidente Lula em atacar o norte-americano é equivocada. “Você imagina: o Lula quer negociar com o Trump e diz que ele tem que estar preso?”, indagou. “É como colocar ketchup na receita, zebra tudo.”

+ Leia mais notícias de Política em Oeste

O congressista acredita que os Estados Unidos não ignorarão a crise brasileira. “Perder o Brasil para a China seria uma tragédia geopolítica para os EUA”, avaliou. “O Lula não percebe que os norte-americanos precisam do Brasil, e o Trump enxerga no Bolsonaro alguém que passou pelas mesmas perseguições que ele enfrentou.”

Marcon também criticou o posicionamento ideológico do Partido dos Trabalhadores. “O PT odeia quem produz, odeia quem emprega, odeia agricultor”, afirmou. “O agricultor é de direita, trabalha, acorda às quatro da manhã, respeita pai e mãe e leva o filho na igreja. É tudo que o PT é contra.”

Marcon diz que foro privilegiado e decisões monocráticas blindam ministros do STF

Perguntado sobre a possibilidade de impeachment de ministros do Supremo, o deputado foi direto: “Rabo preso”. De acordo com Marcon, o foro privilegiado e as decisões monocráticas são usados como instrumentos de chantagem para inibir qualquer tipo de reação institucional.

“Existe um projeto pronto no Senado, já aprovado, para acabar com o foro privilegiado”, afirmou, em referência à PEC 10/2013, que visa a extinguir o foro especial por prerrogativa de função para crimes comuns. “Está parado na Câmara, pegando pó. Não votam porque têm medo.”

moraes iofmoraes iof
Alexandre de Moraes em Sessão plenária do STF (25/6/2025) | Foto: Fellipe Sampaio/STF

Apesar disso, Marcon avalia que o Congresso atual é “o mais conservador da história”, com cerca de 140 deputados alinhados à direita, com a expectativa de que o Senado também avance nessa direção em 2026. “Temos a chance de eleger até 50 senadores de direita”, afirmou.

Ao fim da entrevista, Marcon confirmou que deixará o Podemos e ingressará no PL na próxima janela partidária. “Bolsonaro me convidou e eu vou, me sinto muito feliz com esse reconhecimento”, confessou. Ao ser perguntado se teme perder o mandato, respondeu: “Não tenho medo, o meu legado vai ficar”. disse. “Quero que minha filha tenha orgulho do pai que tem.”

Leia também: “Nada me ocorre sobre Alexandre de Moraes”, artigo de Flávio Gordon publicado na Edição 233 da Revista Oeste

Compartilhe:

Veja também: