O Ministério Público da Paraíba (MPPB) atua em investigações sobre o influenciador digital Hytalo Santos depois de denúncias de vizinhos. Ele teria promovido festas com bebidas alcoólicas e gravado vídeos de topless envolvendo adolescentes e crianças no condomínio onde reside.
A promotora Ana Maria França esclareceu que as apurações começaram depois de reclamações sobre o comportamento de Santos, que produzia conteúdos com menores durante a noite, incluindo barulho, consumo de álcool e cenas sensuais.
“Nós instauramos esse procedimento (inquérito) a partir de reclamações de condôminos dando conta de sua conduta irregular com crianças e adolescentes na produção de conteúdos, que se estendiam até tarde da noite”, afirmou Ana Maria França, promotora do caso. “Eles faziam algazarra, barulho e muitas das filmagens envolviam bebidas alcoólicas, além de cenas que tinham uma conotação sensual.”
Na terça-feira 12, a Justiça da Paraíba acatou o pedido do Ministério Público para suspender todos os perfis de Hytalo Santos nas redes sociais e impedir qualquer contato dele com menores que residem com ele.
Também foi solicitada a suspensão da monetização dos vídeos, bloqueando o recebimento de ganhos financeiros. A defesa do influenciador pode recorrer da decisão.
As movimentações judiciais contra Hytalo Santos


Outros promotores, como João Arlindo Corrêa Neto e Ivete Leônia Soares de Oliveira Arruda, investigam a conduta dos pais dos adolescentes para verificar possível omissão na proteção dos direitos dos menores.
Paralelamente, tramita um inquérito policial para averiguar possíveis infrações criminais cometidas pelo influenciador. O Ministério Público pediu ainda a suspensão das atividades da empresa “fartura premiações”, ligada a rifas promovidas por Hytalo Santos.
O documento, assinado por representantes do MP e pela Polícia Civil, concedeu prazo de 48 horas para que a Lotep interrompa a autorização da empresa, mantendo a medida até o fim da Ação Civil Pública. O descumprimento pode acarretar ações legais.
Repercussão do caso
A repercussão do caso aumentou quando, na quarta-feira 6, o youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, publicou vídeo com denúncias de exploração de menores para produção de conteúdo digital. O vídeo, que já ultrapassa 28 milhões de visualizações, cita Hytalo Santos e critica a exposição precoce de crianças nas redes.
No conteúdo, Felca discute a adultização infantil e destaca relatos de jovens que associam a escola a um entrave ao desenvolvimento. Ele relaciona o fenômeno à pedofilia e ao uso de algoritmos que, segundo ele, facilitam a exposição de menores a criminosos. O vídeo também traz uma psicóloga que alerta para os danos emocionais dessa exposição.
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Hytalo Santos, que soma mais de 20 milhões de seguidores, teve perfis bloqueados depois da polêmica. O influenciador declarou que as adolescentes citadas nas denúncias já são emancipadas e que as mães delas acompanham tudo.
“Na minha casa têm minhas crias que passam boa parte do tempo comigo e boa parte com as mães”, disse Hytalo. “As mães sempre acompanharam tudo. Tudo tem o consentimento das mães e, inclusive, das meninas emancipadas”.