O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emitirá nesta terça-feira, 24, às 13h, a primeira licença prévia para um projeto de geração de energia eólica offshore no Brasil. O empreendimento é do Instituto Senai de Inovação de Energias Renováveis (ISI-ER), com sede no Rio Grande do Norte.
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A proposta prevê a instalação de dois aerogeradores no mar do Estado, com capacidade de geração de 22 megawatts (MW). A aprovação da licença ocorreu na quarta-feira 18, um dia depois do Congresso Nacional derrubar os vetos presidenciais ao marco legal da geração offshore.
Energia eólica offshore é a eletricidade gerada no mar, principalmente por turbinas eólicas instaladas longe da costa. Esse tipo de geração aproveita os ventos mais fortes e constantes do oceano.
Projeto será instalado a 20 km da costa potiguar
O projeto, batizado de “68 RN-10 Sítio de Testes SENAI”, ficará a 20 km da costa do município de Areia Branca, próximo ao Porto-Ilha da cidade. O ISI-ER será responsável pela execução do projeto piloto.


Segundo nota do Senai, o projeto vai testar o desempenho de equipamentos de geração eólica offshore nas condições do mar equatorial brasileiro. Ainda neste ano, o instituto pretende lançar um edital para empresas interessadas na iniciativa.
Potencial da energia eólica
O Brasil tem um dos maiores potenciais de energia eólica offshore do mundo. De acordo com o relatório “Complexos Eólicos Offshore – Projetos com Processos de Licenciamento Ambiental Abertos no Ibama”, atualizado em março de 2025, há 103 projetos em análise, totalizando 247,3 gigawatts (GW) de potência instalada potencial.
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O potencial está distribuído em cerca de 113 GW no Nordeste, 49,9 GW no Sudeste e 84,4 GW no Sul. Entre os projetos em avaliação, apenas três são considerados pilotos: além da iniciativa do Senai no Rio Grande do Norte, há dois no Estado do Rio de Janeiro — um da Petrobras e outro do governo estadual.
A licença prévia emitida pelo Ibama marca um passo relevante na transição energética brasileira. A medida favorece a diversificação da matriz elétric.