Sensação do Brasileirão, o Mirassol que encara o Corinthians neste sábado (4), na Neo Química Arena, tem o ex-volante Paulinho, ídolo alvinegro, como executivo de futebol. Sondado até mesmo por Carlo Ancelotti para a seleção brasileira, o ex-corintiano volta a “encarar” o Timão pela equipe do interior paulista após vitória no primeiro turno marcada por pênalti desperdiçado por Memphis Depay em cavadinha que deu errado.
Anunciado em dezembro do ano passado como coordenador técnico, o ex-volante Paulinho foi “promovido” ao cargo de executivo de futebol em junho depois de receber propostas para deixar o Leão. Santos e Sport estavam entre os interessados.
Em entrevista recente ao ESPN.com.br, Paulinho explicou por que optou por dar continuidade ao trabalho realizado no Mirassol. O dirigente também lembrou de quando foi cotado para fazer parte da comissão técnica de Carlo Ancelotti na seleção.
“Houve dois convites de clubes brasileiros para eu trabalhar na diretoria. Um clube como diretor-executivo e outro como diretor geral, como se fosse um CEO, porque o clube ainda não é uma SAF. Dentro de tudo isso, eu conversei, analisei com a minha família, com o clube, optei por permanecer no projeto do Mirassol, porque aqui ainda acredito que tenho muitas coisas a desenvolver, muitas coisas a contribuir para que a gente consiga nossos objetivos”, disse.
“Um intermediário disse que meu nome era um dos que estavam na mesa, junto de outros ex-atletas. Mas sim, tive meu nome (cotado no staff da seleção brasileira). É uma situação que aconteceu, no momento fiquei muito feliz pelo reconhecimento, mas sempre pensando e focado aqui no Mirassol”, reforçou.
Quinto colocado, com 43 pontos, o clube liderado por Paulinho espera voltar ao G-4 neste sábado. Após três jogos sem vencer, o Corinthians ocupa o 13º lugar, com 30 pontos conquistados. No único confronto entre os dois times pela Série A, o Mirassol venceu por 2 a 1.
A carreira de dirigente
Esse é o primeiro trabalho de Paulinho como dirigente. Ídolo do Corinthians, por quem foi campeão brasileiro em 2011, da CONMEBOL Libertadores de 2012 e do Mundial de Clubes de 2012, o ex-volante revelou que começou a se preparar durante os períodos que ficou afastado dos gramados por questões físicas.
Depois que se aposentou, em 2024, Paulinho mergulhou nos estudos, realizou estágios e recebeu apoio de profissionais gabaritados, como Thiago Scuro (diretor de futebol do Monaco, da França), Edu Gaspar (ex-Arsenal e seleção brasileira, e hoje diretor global do Nottingham Forest) e Pedro Martins (ex-Santos, Botafogo, Vasco e Cruzeiro).
“Eu comecei os estudos depois da minha primeira lesão no Corinthians. Iniciei ali, uma coisa bem mais tranquila, fiz o curso da FPF e de gestão também. Eu fui mais afundo depois da minha segunda lesão. Sempre fui um cara muito curioso pela gestão. Depois desse processo de lesões, de ficar muito tempo parado, a parte de gestão foi me encantando cada dia mais”, destacou.
“As coisas que eu enxergava ainda como jogador, fui pegando vários pontos que achava necessário para a gestão. Dentro disso fui fazendo meus estudos, fiz o curso da LALIGA, fiquei 10 dias no Monaco, visitei vários clubes do Brasil, onde fiz alguns estágios, no Red Bull, no São Paulo, para poder ir entendendo os processos dos clubes”, contou.
“Sempre deixei muito claro que o Thiago Scuro é uma referência, mas gosto muito de conversar com o Edu Gaspar, Pedro Martins… Vou pegando um pouco de cada um e aí, obviamente, tenho que ter as minhas convicções, o que eu penso como gestor, mas acompanhando o futebol, analisando a cada instituição como eles estão fazendo na gestão de cada clube”, completou Paulinho.