O número de venezuelanos residentes no Brasil deu um salto de 9.364% entre 2010 e 2022, de 2,87 mil para 271,51 mil. Os dados constam na amostra do Censo Demográfico 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 27.
A região Norte, principal porta de entrada desses imigrantes, concentrava 124,76 mil venezuelanos, o equivalente a 46% do total no país. A região Sul abrigava 87,50 mil, ou 32% do total.
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A mudança no perfil migratório do Brasil também é evidente. Em 2010, os portugueses eram o grupo mais numeroso entre os estrangeiros residentes no país. Em 2022, os venezuelanos ocuparam essa posição.


No mesmo período, a população residente no Brasil nascida no exterior cresceu 70,3%, de 592,57 mil para mais de 1 milhão de pessoas. De acordo com o IBGE, o aumento foi impulsionado principalmente pela migração vinda da Venezuela.
Do total de imigrantes em 2022, 64% eram originários da América Latina e do Caribe, o equivalente a 646 mil pessoas. Já os europeus representavam 20,1%, com 203,28 mil pessoas. Em 2010, o cenário era inverso: latino-americanos e caribenhos representavam 31% dos estrangeiros, enquanto os europeus somavam 44,5%.


Brasil tem maior número de imigrantes desde 1980
O crescimento do número de imigrantes marca uma inversão na tendência observada nas décadas anteriores. Desde o Censo de 1960, o país vinha apresentando uma redução do número de estrangeiros e naturalizados brasileiros. O número de 2022 representa o maior total desde 1980, quando o Censo registrou 1,1 milhões de estrangeiros.
Em relação ao quesito de data fixa, que investiga onde os imigrantes internacionais residiam cinco anos antes da pesquisa, a comparação entre Censos indica um aumento expressivo no fluxo imigratório internacional. Nos cinco anos anteriores ao Censo 2010, o fluxo foi de 268 mil imigrantes, enquanto no Censo 2022, 457 mil pessoas.