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Imprensa internacional repercute sanção dos EUA a Moraes; veja

O anúncio das sanções dos Estados Unidos contra Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), gerou repercussão em diversos veículos internacionais nesta quarta-feira, 30. A medida, que tem base na Lei Global Magnitsky, bloqueou possíveis bens do magistrado no país e também restringiu seu acesso a serviços de empresas norte-americanas, além de proibir sua entrada nos EUA.

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O bloqueio também atinge ativos relacionados a empresas com vínculos com Moraes. Ele não pode realizar transações financeiras com cidadãos nem instituições dos Estados Unidos, o que envolve, por exemplo, a utilização de cartões de crédito emitidos por bandeiras norte-americanas.

Repercussão internacional da sanção contra Moraes

O jornal The New York Times, dos EUA, associou as sanções às tarifas estabelecidas por Donald Trump sobre produtos brasileiros e descreveu a decisão como um triunfo para o ex-presidente Jair Bolsonaro.

The New York Times foi fundado em 18 de setembro de 1951The New York Times foi fundado em 18 de setembro de 1951
Fundado em 1951. The New York Times também é conhecido como Dama Cinza | Foto: Reprodução/Pixabay

Segundo a publicação, “o ministro Moraes tornou-se talvez a figura mais polêmica do Brasil”. “Durante anos, ele atuou como o principal órgão de controle sobre Bolsonaro e seus aliados de direita, muitos dos quais atacaram as instituições brasileiras e alegaram que as eleições de 2022 foram fraudadas, apesar da falta de provas”, escreveu o NYT.

Já o The Washington Post, também norte-americano, destacou que a punição aprofunda o clima de hostilidade entre Brasil e Estados Unidos e agrava a crise diplomática entre os dois países.

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O jornal relatou que “as sanções contra o juiz brasileiro, que autoridades dos EUA vinham considerando há meses a pedido do filho de Bolsonaro, aprofundaram a crise entre os dois países mais populosos do Hemisfério Ocidental — aliados históricos cuja relação se deteriorou de forma repentina e dramática para uma hostilidade aberta”.

O britânico The Guardian relatou que aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificaram a iniciativa como um golpe à democracia, enquanto apoiadores de Bolsonaro comemoraram a decisão. “As sanções foram comemoradas por familiares e apoiadores de Bolsonaro, que veem a pressão dos EUA como a única maneira de ajudar o ex-presidente a escapar de uma pesada pena de prisão e, quem sabe, salvar seu futuro político”, publicou.

Análises europeias e latino-americanas

O francês Le Monde traçou um histórico dos embates entre Moraes e Bolsonaro e fez ligação entre as sanções e o julgamento do ex-presidente no STF. “Trump se intrometeu no julgamento, acusando as autoridades brasileiras de conduzirem um caça às bruxas”, escreveu o jornal da França.

“Seu governo já impôs restrições de visto a Moraes por conta do caso, e Trump anunciou tarifas de 50% sobre as importações brasileiras, citando, em parte, o tratamento dado a Bolsonaro.”

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Em Portugal, a SIC Notícias informou que os EUA justificaram a sanção referindo-se a “violações graves dos direitos humanos” atribuídas a decisões do ministro no STF. O canal também ressaltou a escalada das tensões comerciais, já que “esta decisão representa mais uma escalada da guerra comercial e diplomática iniciada pelo governo de Donald Trump contra o governo de Lula da Silva, a dois dias das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos ao Brasil entrarem em vigor”.

O argentino Clarín, por sua vez, avaliou que Trump intensificou o confronto com Lula ao sancionar Moraes e colocou a punição como parte da resposta do governo norte-americano ao julgamento de Jair Bolsonaro.

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Segundo o veículo, “a punição do juiz faz parte da repressão do governo Trump ao governo brasileiro pelo julgamento em andamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe”. O Clarín ainda relatou que a tensão entre Brasil e EUA cresceu significativamente desde o início de julho, quando Trump passou a apresentar novas exigências políticas ao governo brasileiro.

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