O Brasil é um país muito pobre, o que pode ser provado pela informação de que 90% da população do país vive com menos de três salários mínimos. Confesso que essa informação é um tanto chocante, pois significa que o Brasil não é pobre. É muito pobre.

Ouça a coluna Economia & Finanças desta segunda-feira (2):

Mesmo assim, julgo ser necessário tratarmos de educação financeira e gestão das finanças pessoais. É um assunto que deve interessar a todos. Outra informação que vi diz que, ao chegar na idade de aposentadoria, ali pelos 65 anos, a situação do brasileiro é a seguinte;

Apenas 3% apenas vivem com patrimônio acumulado. Ou seja, são pessoas que fizeram reservas ou herdaram patrimônio. 26% têm que reduzir o padrão que desfrutaram enquanto trabalhavam e acabam tendo dificuldade em parar de trabalhar. Outros 26% são obrigados a trabalhar querendo ou não. Por fim, os demais, 45% dependem de ajuda de familiares ou de terceiros.

Esses dados completam o quadro de dramaticidade financeira do povo brasileiro. Nesse contexto, há três expressões com as quais devemos nos preocupar: responsabilidade financeira, independência financeira e liberdade financeira.

Responsabilidade financeira, como o próprio nome diz, é tratar sua vida financeira, seus ganhos, seus gastos, suas dívidas e seu plano de aposentadoria, com responsabilidade, estudo e gestão das finanças pessoais.

Independência financeira é poupar (ou seja, gastar menos do que ganha), conseguir acumular reservas, fazer investimentos corretos e ter renda passiva (aquela que entra em seu bolso e não é renda de seu trabalho, a exemplo de juros, dividendos, aluguéis etc.). Independência financeira depende de ter renda passiva suficiente para garantir seu padrão de vida.

Liberdade financeira é a liberdade geral na vida propiciada pela independência financeira. Só tem liberdade de movimento e atividade quem tenha renda passiva suficiente para sustentar seu padrão de vida.

Por fim, vale lembrar que a educação financeira começa com o aprendizado sobre como ganhamos, como gastamos e como conservamos dinheiro. Seja qual for sua profissão e sua fonte de renda, educação financeira não é um luxo, é uma necessidade. Vale a pena dedicar um tempo a esse tema. Pense nisso.

José Pio Martins, economista, professor, palestrante e consultor de economia, finanças e investimentos.