A disparada do preço do milho no início de 2025, em meio a dúvidas sobre as condições climáticas e maior demanda no mercado interno, chegou a “apertar os cintos” das usinas de etanol até abril.
Contudo, este cenário deverá ser diferente e mais promissor ao longo da safra 25/26, estima a consultoria Datagro.
De acordo com balanço da empresa, por conta da perspectiva de uma maior safra de milho inverno, e às vésperas do início das operações de colheita, o preço do cereal na região de Sorriso, em Mato Grosso, já caiu 37% em um mês para R$ 41 a saca.
A expectativa da consultoria é de que a produção total de milho cresça de 122,05 milhões de toneladas em 2023/24 para 132,68 milhões de toneladas em 2024/25.
“Com a equalização das condições de oferta e demanda no balanço doméstico, ainda que acompanhada pela expectativa de aperto nos estoques finais, o mercado de milho deverá apresentar uma acomodação dos preços nos próximos meses, dando fôlego à operação das usinas de etanol de milho”, diz a Datagro, em nota.
Margens positivas do etanol após baixas


Em razão do contexto de firmeza dos preços do etanol e do DDGS, conforme estimativa da Datagro, hoje a indústria de etanol de milho voltou a operar com margens positivas, em torno de 19%, após três meses consecutivos de sangrias na geração de caixa do setor. “E o horizonte para a indústria ainda deverá ser positivo até o final da safra 25/26”, projeta.
De acordo com a consultoria, a probabilidade de aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, de 27% para 30%, e as vendas mais resilientes de etanol hidratado nos postos de combustíveis têm dado maior sustentação aos preços do etanol.
“A projeção da Datagro é de que o preço médio do etanol hidratado em Paulínia, São Paulo, em 2025/26 deverá ficar em torno de 5% maior do que a média de 2024/25.”
Preços do DDGS
Conforme a análise, em paralelo a isso, os preços do DDGS já mostraram maior firmeza nos últimos dias em função da forte demanda interna e do aquecimento das exportações – após cair para R$ 1.150 a tonelada no início do ano, o preço médio do DDGS em Mato Grosso subiu para R$ 1.300 a tonelada nesta semana, em direção oposta ao comportamento dos preços do milho.
“Como resultado, a margem média da indústria de etanol de milho no Brasil poderá variar de 19% a 34,7% ao longo da safra 2025/26, contra uma média de 9,8% em 2024/25. Caso este cenário se materialize, o setor deverá manter o apetite pela construção de novas plantas nos próximos anos.
Conforme recente mapeamento realizado pela Datagro, a produção de etanol de milho no Brasil poderá saltar de 8,20 bilhões de litros em 2024/25 para 18,4 bilhões de litros em 2033/34.