O percurso independente da distância começa e termina em frente à Catedral, o ponto mais alto da cidade
Publicado: 08/07/2025, 09:19

Largada acontece às 7h –
A subida é íngreme, o desafio, inevitável. Para chegar à Catedral Sant’Ana, em Ponta Grossa, não há atalhos: qualquer caminho exige esforço. Mas é justamente essa ascensão que dá sentido à Corrida da Padroeira, marcada para 20 de julho, quando centenas de participantes enfrentarão as ruas da cidade em percursos de 5 km, 10 km ou na caminhada, todos com um destino comum: o topo, literal e simbólico. A largada será às 7h, em frente à igreja, enquanto às 8h30, as crianças de 2 a 13 anos tomam a pista na corrida kids, dividida por faixas etárias.
As inscrições seguem abertas até este domingo, 13 de julho. O pároco da Catedral, pe. Claudemir Nascimento Leal, espera que os participantes, além do esforço físico, possam fazer uma experiência espiritual. O percurso independente da distância começa e termina em frente à Catedral, o ponto mais alto da cidade, para o pároco, esse é um lembrete que todos devem buscar as coisas do alto.
E a solidariedade também faz parte do evento. No dia da retirada do kit, que acontece no salão paroquial nos dias 18 (14h às 19h) e 19 de julho (9h às 13h), os corredores são convidados a doar 1 kg de alimento não perecível. “A vida espiritual nunca fala num crescimento pessoal sem lembrar do irmão. Toda vida de encontro com Deus deve nos levar a olhar para os mais necessitados”, reforça o padre.
MEMÓRIAS – Guilherme Queiroz conhece bem o peso e a leveza de cada passo. Corredor por hobby, ele transformou o asfalto em terapia: um lugar onde cuida do corpo, mas também da alma. “De vez em quando, participo de provas de rua para me desafiar e aproveitar o momento com amigos que também correm. É sempre uma experiência incrível pra mim, tanto pelo esforço quanto pela diversão e pela companhia”, conta. Mas a Corrida da Padroeira ocupa um lugar especial em sua trajetória. Na estreia do evento, em 2024, não apenas completou o percurso como subiu ao pódio. O frio daquela manhã foi logo esquecido diante do calor da conquista.
Este ano, ele já garantiu sua inscrição. Porém, mais do que bater seu próprio tempo, Guilherme valoriza o espírito comunitário da prova. “A campanha de arrecadação de alimentos traz ainda mais sentido para a corrida. Nós nos ajudamos correndo e ajudamos outras pessoas com os alimentos”, reflete. Para ele, cada quilômetro percorrido é um gesto duplo: de superação pessoal e generosidade.
Já Sandra Mara Auer, 65 anos, carrega nas pernas histórias que muitos só conhecem nos livros. Integrante do grupo Penélopes PG, ela é a prova viva de que idade é apenas um número. Na juventude, praticou esportes com vigor até que uma lesão no joelho a obrigou a repensar seu ritmo. Foi quando descobriu nas caminhadas, e depois nas corridas leves, uma nova forma de liberdade.
Na primeira edição da Corrida da Padroeira, cruzou a linha de chegada em 4º lugar na sua categoria. Mas Sandra não é do tipo que se contenta com quase. “Minha meta agora é subir mais um degrau: quero o terceiro lugar!”, diz. Seu último desafio foi ainda mais emocionante: em junho deste ano, completou a Corrida Mãe Aparecida 2025, no Santuário Nacional. Ao cruzar a meta, não segurou as lágrimas. “A gente se sente tão bem por tá ajudando nossa igreja”, confessou, com alegria.
Entre as colegas do grupo, é chamada carinhosamente de “Tia Sandra”, uma mistura de respeito e admiração. Nas manhãs de treino, enquanto algumas reclamam do cansaço, ela lembra: “Cada passo é uma graça. E no final, a gente ainda ajuda quem precisa”. Sua presença é um incentivo vivo, prova de que a estrada para o alto é sempre melhor quando compartilhada.
Informações: Diocese PG