Crianças com diabetes tipo 1 que inalaram insulina durante as refeições apresentaram resultados de controle glicêmico tão eficazes quanto aquelas que usaram as tradicionais injeções subcutâneas, segundo pesquisa apresentada na reunião científica da Associação Americana de Diabetes, em Chicago.
Normalmente, esses pacientes precisam de uma injeção diária de insulina basal de ação prolongada para regular o açúcar no sangue, além de aplicações adicionais de insulina de ação rápida antes das refeições.
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A insulina inalada Afrezza, da biofarmacêutica MannKind, já é aprovada nos EUA para adultos, o que motivou a realização do estudo com crianças. A apuração é da agência Reuters.


Ao todo, 230 crianças com diabetes tipo 1, com idades entre 4 e 17 anos participaram da pesquisa. Elas foram divididas entre o grupo que recebeu Afrezza nas refeições e outro que manteve o regime de injeções convencionais. Todos continuaram usando a insulina basal diária.
Os resultados mostraram que os níveis de hemoglobina A1c — marcador que indica o controle do açúcar no sangue ao longo dos meses — foram semelhantes em ambos os grupos. Além disso, o grupo da insulina inalada apresentou menor ganho de peso e recebeu avaliações ligeiramente mais positivas de crianças e pais. Não foram registrados efeitos adversos pulmonares com o uso da fórmula inalada.
“A insulina inalada é a insulina de ação mais rápida disponível e é uma alternativa valiosa à insulina análoga injetada”, disse o líder do estudo, Michael Haller, da Universidade da Flórida, em um comunicado.


Dose de insulina semanal mostra eficácia em adultos
Durante o mesmo evento, pesquisadores divulgaram resultados de três estudos de fase final com a insulina experimental semanal efsitora, desenvolvida pela fabricante Eli Lilly. Os testes envolveram quase mil adultos com diabetes tipo 2 em três estudos de fase final, projetados para estudar pacientes em diferentes estágios de uso de insulina.
A efsitora apresentou eficácia semelhante às insulinas diárias no controle da hemoglobina A1c. Um dos estudos, publicado no The New England Journal of Medicine, avaliou pacientes iniciando o uso de insulina. Outros dois, relatados na revista científica The Lancet, analisaram pessoas já em uso de insulina basal degludeca ou glargina, combinada com doses prandiais.
Julio Rosenstock, da Universidade do Texas Southwestern Medical Center e líder de um dos estudos, destacou que a efsitora “tem o potencial de facilitar e simplificar a terapia com insulina, reduzindo a hesitação frequentemente associada ao início da insulina para tratar o diabetes tipo 2”.
Segundo editorial da The Lancet, cerca de um terço dos pacientes recém-diagnosticados com diabetes tipo 2 precisarão usar insulina dentro de oito anos após o diagnóstico, geralmente após iniciarem o tratamento com medicamentos orais.