Depois do ataque dos Estados Unidos (EUA) contra o Irã, no último fim de semana, o líder supremo iraniano enviou seu ministro das Relações Exteriores a Moscou para solicitar apoio reforçado ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.
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A visita ocorre em meio a preocupações crescentes sobre a estabilidade do Oriente Médio, com especulações públicas do presidente dos EUA, Donald Trump, e de autoridades israelenses sobre a possibilidade de eliminar o aiatolá Ali Khamenei e promover uma mudança de regime em Teerã.


Apesar de Putin ter criticado os bombardeios israelenses, ele ainda não se pronunciou sobre as recentes ações militares dos Estados Unidos contra instalações nucleares do Irã. Na semana passada, o presidente russo propôs moderação e colocou Moscou à disposição para atuar como mediador nas discussões sobre o programa nuclear iraniano.
Irã busca apoio mais incisivo da Rússia


Segundo fontes ouvidas pela agência Reuters, o ministro iraniano Abbas Araqchi entregaria uma carta de Khamenei a Putin, em busca de apoio mais firme da Rússia. O Irã não considera suficiente o respaldo russo até o momento e deseja mais envolvimento de Moscou contra Israel e Estados Unidos, embora não especifique quais medidas espera.
O Kremlin confirmou que Putin receberia Araqchi nesta segunda-feira, 23, sem detalhar a pauta do encontro. Araqchi declarou à agência estatal TASS que Irã e Rússia estão em vias de alinhar estratégias diante da escalada regional. Moscou, aliado histórico de Teerã, participa das negociações nucleares. Isso ocorre porque é integrante permanente do Conselho de Segurança da ONU e signatário do acordo nuclear, abandonado por Trump em 2018.
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Mesmo com o exército russo envolvido no conflito prolongado da Ucrânia, Putin evita confrontos diretos com os EUA. No momento atual da geopolítica mundial, Trump tenta restabelecer laços com Moscou. O presidente russo reiterou a oferta de intermediação entre Washington e Teerã e defendeu o acesso iraniano à energia nuclear civil.
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