Os bombardeios dos Estados Unidos contra instalações nucleares do Irã intensificaram a tensão internacional nesta quarta-feira, 25, e levantaram dúvidas sobre a real extensão dos danos.
O porta-voz da diplomacia iraniana, Esmail Baghaei, disse à emissora Al Jazeera que as usinas foram “gravemente danificadas”, mas não detalhou quais locais foram atingidos nem se houve vazamento de material radioativo. Segundo ele, o caso está sendo analisado por órgãos técnicos.
Em resposta aos ataques, Teerã suspendeu a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU, acusando o órgão de favorecer Israel. As ofensivas norte-americanas, no último fim de semana, atingiram três centros nucleares: Fordow, Natanz e Isfahan.
Tensão entre Irã, Israel e Estados Unidos


Depois dos bombardeios dos EUA, o Irã respondeu com lançamento de mísseis contra uma base norte-americana no Catar, na segunda-feira 23. Segundo Washington, os projéteis foram interceptados, não causaram vítimas, e os danos foram mínimos.
Fontes da imprensa norte-americana disseram que o Irã teria avisado os governos dos EUA e do Catar com antecedência, para evitar uma escalada.
O presidente Donald Trump afirmou que as instalações nucleares iranianas foram “completamente destruídas” e que o programa do país teria sido atrasado em “décadas”. No entanto, um relatório do Pentágono estimou que o impacto real seria de apenas alguns meses.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que os programas nuclear e de mísseis do Irã foram neutralizados. Apesar disso, autoridades militares israelenses e especialistas ainda avaliam a real extensão dos danos.
Da Rússia, o assessor de política externa Yuri Ushakov afirmou que há divergência entre Irã e EUA sobre o tamanho do estrago. Já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que ainda é cedo para tirar conclusões.
Escalada do conflito
O confronto direto entre Israel e Irã começou em 13 de junho, com uma ofensiva israelense para conter o avanço do programa nuclear iraniano. Em quase duas semanas de ataques, morreram oficialmente 610 pessoas no Irã e 28 em Israel, mas grupos independentes relatam mais de 900 mortos no território iraniano.
Durante os combates, Israel bombardeou alvos militares e nucleares no Irã, enquanto Teerã respondeu com ataques a Tel-Aviv, Haifa e Jerusalém. O governo israelense alega que o Irã está perto de conseguir uma bomba nuclear e justificou a ofensiva como uma medida de autodefesa. Depois do cessar-fogo, Netanyahu declarou ter “eliminado a ameaça nuclear e de mísseis balísticos do Irã”.
A trégua entrou em vigor na madrugada da terça-feira 24, depois de 12 dias de ataques. Mesmo com o cessar-fogo, o clima segue tenso, com os dois lados se declarando vitoriosos e divergindo sobre os reais danos às instalações iranianas.
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