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Irã suspende cooperação com agência nuclear da ONU

O bloqueio ao acesso de inspetores internacionais nos principais complexos nucleares do Irã, imposto depois dos ataques aéreos dos Estados Unidos e de Israel, reacendeu tensões entre Teerã e potências ocidentais, complicando o cenário diplomático.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ficou sem possibilidade de verificar tanto eventuais danos quanto o estoque de urânio enriquecido nas instalações iranianas.

O presidente Masoud Pezeshkian oficializou, nesta semana, a aplicação de uma lei do Parlamento que suspende a colaboração com a AIEA até que sejam atendidas exigências de segurança para cientistas e instalações nucleares.

A agência chegou a ser acusada pelo Irã de “favorecer Israel”. Esse impasse pode prejudicar futuras negociações nucleares entre Irã e Estados Unidos. Donald Trump afirmou que Washington aceita dialogar, mas o governo iraniano só considera conversas se houver garantias contra novos ataques militares.

Danos às instalações nucleares do Irã

Imagens de satélite mostram crateras na usina de Fordow, no Irã | Foto: Reprodução/ReutersImagens de satélite mostram crateras na usina de Fordow, no Irã | Foto: Reprodução/Reuters
Imagens de satélite mostram crateras na usina de Fordow, no Irã | Foto: Reprodução/Reuters

A AIEA informou aguardar comunicação oficial do Irã sobre a suspensão, enquanto seus inspetores permanecem impedidos de atuar desde o ataque israelense em 13 de junho.

A trégua anunciada por Trump entre Israel e Irã encerrou 12 dias de ofensiva que destruiu instalações como o complexo de Fordow, alvo de bombas bunker-buster (destruidoras de bunker).

Relatórios de inteligência do Ocidente avaliam a extensão dos estragos, que Trump classificou como destrutivos. O Irã já iniciou esforços para reabilitar Fordow, sob uma montanha.

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, declarou à CBS News que “os danos em Fordow são muito extensos e sérios”. Também Natanz e Isfahan sofreram impactos, conforme autoridades americanas e a AIEA.

Países ocidentais pressionam o Irã para liberar o acesso dos inspetores. Por ser signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear, o país deve aceitar a fiscalização da agência. Ministros do Grupo dos Sete, incluindo o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, exigiram “informações verificáveis sobre todo o material nuclear no país, incluindo acesso aos inspetores da AIEA”.

Reações diplomáticas e riscos de escalada

Depois de três anos, os presidentes Emmanuel Macron (França) e Vladimir Putin (Rússia) voltaram a se falar por telefone para discutir uma saída diplomática para o impasse nuclear com o Irã.

A conversa ocorreu depois de o Irã ameaçar abandonar o acordo de 2015, o que só ocorreu antes com a Coreia do Norte. Israel reagiu pedindo que sanções internacionais sejam retomadas. O ministro Gideon Sa’ar cobrou ação imediata para conter o programa nuclear iraniano.

Rafael Grossi, diretor da AIEA, alertou que o Irã já acumula urânio suficiente para até dez armas nucleares e pode acelerar o enriquecimento. Ele cobra acesso urgente a instalações bombardeadas e monitoramento do material.

Teerã acusa Grossi de favorecer ataques ao divulgar um relatório crítico e se recusa a retomar diálogo com a agência. O documento, divulgado no fim de maio, provocou ameaças de morte contra o diretor por parte de parlamentares iranianos.

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