O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (IDF), tenente-general Eyal Zamir, fez nesta sexta-feira, 20, um pronunciamento à nação em que reforçou o apelo à população para que esteja preparada para um período prolongado de confrontos com o Irã.

Ele detalhou o andamento da chamada “Operação Leão em Ascensão”, que começou há uma semana, e afirmou que “dias difíceis” ainda estão por vir. “No momento em que assumi o cargo de Chefe do Estado-Maior, deixei claro: estamos em um período decisivo no qual devemos eliminar uma ameaça existencial”, afirmou Zamir.

Segundo ele, o regime iraniano “vem há anos construindo um plano claro para aniquilar o Estado de Israel”, plano esse que, nos últimos meses, “alcançou o ponto de não retorno, à medida que as intenções se transformaram em capacidades”.

Zamir destacou que, quando a operação começou, o Irã possuía cerca de 2,5 mil mísseis terra-terra e estava em processo acelerado de produção. “Segundo estimativas, em dois anos teria cerca de 8 mil mísseis”, declarou.

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O comandante descreveu o contexto como uma “combinação de ameaças — do programa nuclear ao poder de fogo avançado e aos sistemas de mísseis” — que teria forçado Israel a agir preventivamente.

“As FDI não ficam inertes diante de ameaças em desenvolvimento”, afirmou, ao justificar o ataque como parte de uma “abordagem dinâmica” baseada na proatividade. De acordo com Zamir, os preparativos para a ofensiva duraram anos, intensificados nos últimos meses, em paralelo a outras frentes de combate e sob rígido sigilo.

O general afirmou que a decisão de agir imediatamente foi motivada por uma conjunção de condições operacionais e estratégicas que poderiam não se repetir. “Adiar ainda mais significaria o risco de perder essas condições e entrar em uma campanha futura em clara desvantagem”, explicou.

A operação, segundo ele, começou com um “ataque inicial poderoso e surpreendente”, que teria gerado resultados expressivos. “Eliminamos o alto comando militar inimigo, localizamos e destruímos lançadores de mísseis, rompemos uma rota aérea até Teerã e destruímos aproximadamente metade dos lançadores de mísseis — alguns minutos antes do lançamento”, listou.

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Zamir relatou que pilotos da Força Aérea de Israel têm atuado “no maior alcance e intensidade da história das forças”, com ondas sucessivas de ataques em território iraniano sob “risco imenso” às suas vidas. “Cada um deles me disse: ‘Estamos com você’”, afirmou, depois de visitar as equipes antes da missão.

O general destacou também os desafios de defesa no território israelense. “Este é um desafio como nunca vimos antes — o inimigo, em sua fraqueza, está deliberadamente mirando civis”, disse, em referência a bombardeios recentes contra áreas residenciais.

“Os inimigos não entendem que a frente doméstica israelense é a fonte da força das FDI, não sua fraqueza”, acrescentou. Zamir visitou áreas atingidas e manifestou solidariedade às vítimas: “Meu coração está com as famílias dos mortos e feridos”.

Ao abordar a situação em Gaza, o general afirmou que os combates continuam e que Israel vem “pagando um alto preço em vidas de nossos soldados, como vimos nesta semana”. Disse ainda ter se reunido com comandantes de divisão na região e ter ficado “profundamente impressionado com sua determinação”.

O comandante reafirmou que a libertação dos 53 reféns ainda mantidos pelo Hamas é uma prioridade. “Trazer esses reféns para casa é um imperativo moral e nacional, e as FDI estão trabalhando incansavelmente para isso”, declarou, ao associar as ações no Irã a esse objetivo.

Zamir também exaltou o papel dos reservistas. “Vocês tornam possível lutarmos em múltiplas frentes”, reconheceu. “Continuam se apresentando para o serviço, plenamente conscientes da gravidade desses momentos. São parte inseparável desta campanha.”

Ao final do discurso, o comandante advertiu para a possibilidade de uma longa duração do conflito. “Devemos estar prontos para uma campanha prolongada”, disse. “As FDI estão preparadas. A cada dia, nossa liberdade de ação aumenta, e a do inimigo diminui.”

Ele enfatizou que, apesar dos avanços, a guerra ainda não terminou. “Embora tenhamos obtido conquistas significativas, dias difíceis ainda virão”, encerrou. “Devemos permanecer alertas e unidos até que a missão esteja concluída.”

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