A possibilidade de Israel ficar sem interceptadores de mísseis do sistema Arrow (flecha, em tradução do inglês) nos próximos 10 a 12 dias preocupa autoridades norte-americanas, caso o ritmo dos ataques do Irã permaneça constante. A informação foi revelada por uma fonte dos Estados Unidos ao Wall Street Journal na quarta-feira 18.
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O Departamento de Defesa dos EUA já monitorava o problema há meses e, depois de bombardeios israelenses no Irã em 12 de junho, reforçou o envio de equipamentos antimísseis para o aliado no Oriente Médio. O sistema Arrow, essencial para a proteção contra mísseis balísticos de longo alcance, representa a última barreira defensiva do país.
Funcionamento das camadas de defesa de Israel


Segundo o Ministério da Defesa de Israel, o sistema é dividido em três camadas: o Domo de Ferro, que retém ameaças de curto alcance e protege áreas urbanas com eficiência de 90%; a Funda de Davi, destinada a mísseis e foguetes de médio alcance; e os Arrow 2 e 3, que neutralizam mísseis balísticos, inclusive armados com ogivas não convencionais.


O Arrow 3 opera fora da atmosfera, acima de 100 km de altitude, e tem precisão para interceptar até mísseis hipersônicos. Cada míssil desse sistema custa entre US$ 3,5 milhões e US$ 4 milhões, o que torna o reabastecimento caro e logisticamente complexo.
Apesar de ter produção em território israelense, o Arrow depende da cooperação tecnológica e industrial norte-americana, sobretudo com a Boeing. Fontes da inteligência de Israel sugerem que o Irã possui aproximadamente 2 mil mísseis capazes de atingir o país a distâncias de até 1,9 mil km.
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Os militares israelenses relatam que, desde o início do confronto, cerca de 400 mísseis iranianos foram lançados e 120 já foram destruídos em ataques. De acordo com o jornal Marker, os custos diários para manter o sistema antimíssil chegam a 1 bilhão de shekels, valor equivalente a R$ 1,5 bilhão.