Lawrence Maximus – 20/09/2024 14h19
O ataque maciço de pagers, walkie-talkies e dispositivos de voz que se comunicam entre si por ondas de rádio, contra membros do Hezbollah no Líbano e na Síria, registra a maior operação de inteligência da história.
Marca uma nova fase dramática no conflito atual. A organização foi severamente abalada, com milhares de agentes feridos e sua rede de comunicações fortemente interrompida.
À medida que a poeira baixa, Israel e o Hezbollah estão reavaliando suas posições e traçando estratégias para seus próximos movimentos.
Apresento fatores-chave a serem considerados ao se analisar o ataque e seu impacto mais amplo:
– Dilema da retaliação: o Hezbollah está sob pressão para responder a esse ataque em grande escala. No entanto, uma resposta severa pode desencadear um grande ataque das FDI enquanto o Hezbollah está enfraquecido e desorganizado.
– Escala catastrófica: aoperação desferiu um golpe devastador no Hezbollah. Embora o número de mortes seja relativamente baixo, o ataque do pager infligiu ferimentos significativos, com pelo menos centenas de agentes perdendo os dedos ou os olhos.
– Carga financeira: além do custo humano, o ataque também impôs um pesado custo financeiro ao Hezbollah. A organização precisará gastar grandes somas para compensar e reabilitar os agentes feridos nos próximos anos.
Não fazer isso corre o risco de provocar ressentimento entre as milhares de vítimas e suas famílias, desestabilizando ainda mais o grupo.
– Erosão da confiança: o ataque de pager, que segue uma série de contratempos recentes, minará gravemente a confiança do Hezbollah. A organização pode agora reavaliar sua estratégia no conflito, temendo que Israel tenha mais surpresas reservadas. Essa sensação de incerteza pode atrasar ou complicar os próximos movimentos do Hezbollah.
Em suma, o ataque de pager no Líbano e na Síria deixou o Hezbollah cambaleando operacional, financeira e psicologicamente. Enquanto Israel continua a explorar sua vantagem estratégica, o Hezbollah enfrenta um caminho difícil pela frente, sem soluções claras para seus crescentes desafios.
Lawrence Maximus é cientista político, analista internacional de Israel e Oriente Médio, professor e escritor. Mestre em Ciência Política: Cooperação Internacional (ESP), Pós-Graduado em Ciência Política: Cidadania e Governação, Pós-Graduado em Antropologia da Religião e Teólogo. Formado no Programa de Complementação Acadêmica Mastership da StandWithUs Brasil: história, sociedade, cultura e geopolítica do Oriente Médio, com ênfase no conflito israelo-palestino e nas dinâmicas geopolíticas de Israel. |
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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