O Ministério das Relações Exteriores criticou a ofensiva de Israel e dos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã. No texto, divulgado neste domingo, 22, o Itamaraty manifestou “grave preocupação” com a escalada militar no Oriente Médio e afirmou que tais ações violam a soberania iraniana, o Direito Internacional e as regras da Agência Internacional de Energia Atômica.
Ontem à noite, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou ataques aéreos contra as instalações de Fordow, Natanz e Esfahan.
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Embora tenha mencionado a necessidade de “máxima contenção por todas as partes”, a nota do Itamaraty não citou ações recentes do Irã, como o envio de drones e mísseis contra Israel nem o apoio de Teerã a grupos terroristas, como o Hamas e o Hezbollah.
A tradição do Itamaraty sob Lula
A nota deste domingo reforça uma linha de política externa que, sob a gestão Lula no Itamaraty, tem priorizado críticas severas a Israel enquanto poupa regimes com histórico de violações de direitos humanos.
Em fevereiro, por exemplo, o presidente Lula comparou as ações israelenses na Faixa de Gaza ao extermínio promovido por Adolf Hitler — declaração que virou alvo de críticas por governos estrangeiros. Em vez de recuar, o governo brasileiro dobrou a aposta: reiterou sua condenação a Israel sem mencionar os ataques terroristas de 7 de outubro perpetrados pelo Hamas, que deram origem ao conflito atual.
O Brasil também se tornou um dos poucos países ocidentais a manter gestos cordiais com o regime iraniano durante a atual crise. Em janeiro, o chanceler Mauro Vieira recebeu com honras o ministro das Relações Exteriores do Irã em Brasília, em meio a crescentes tensões diplomáticas que envolvem o país persa.


A sobrevivência de Israel
De acordo com o colunista J. R. Guzzo, em artigo publicado na Edição 274 da Revista Oeste, o confronto entre Israel e Irã não é apenas mais um capítulo do conflito no Oriente Médio. É um embate entre dois modelos de civilização — um que defende a liberdade, os direitos individuais e a democracia, e outro que rejeita qualquer ideia de pluralismo, tolerância ou respeito à vida humana.
Segundo o colunista, o Israel está sendo atacado por uma ditadura teocrática que não exige fronteiras nem acordos de paz — exige sua extinção. Ao mesmo tempo, enquanto mísseis caem sobre Tel-Aviv e centros militares iranianos são destruídos por bombardeios precisos, o Brasil sob Lula se alinha com o lado errado da história. Em vez de se posicionar em defesa do único Estado democrático da região, o governo petista prefere acenar ao regime dos aiatolás, reforçar laços com o terror e embarcar em um discurso antissemita disfarçado de “defesa da causa palestina”.


O artigo mostra como essa guerra tem reflexos globais: a infiltração de grupos extremistas em universidades, o avanço do antissemitismo e o apoio velado de elites culturais e governantes ocidentais à causa islâmica radical.
“Israel e os israelenses vão continuar vivos”, escreve Guzzo. “O Irã, com sorte, vai conseguir um cessar-fogo para não apanhar mais ainda. Será obrigado a aceitar exigências estratégicas a serem impostas por Israel e pelos Estados Unidos. A humanidade agradece.”
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