O Ministério das Relações Exteriores convocou Gabriel Escobar, encarregado de negócios dos Estados Unidos em Brasília, nesta sexta-feira, 8, em resposta à escalada de críticas feitas pela embaixada americana ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante o encontro, o diplomata brasileiro Flavio Goldman expressou a insatisfação do governo Lula quanto às recentes manifestações do Departamento de Estado dos EUA e da representação diplomática americana.
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Fontes ligadas ao Itamaraty teriam dito à CNN Brasil que Goldman manifestou indignação com o tom e com o conteúdo das postagens feitas pela diplomacia norte-americana.
Para a cúpula do Itamaraty, as publicações representam “clara ingerência” em assuntos internos. Os diplomatas brasileiros também classificaram as publicações como “ameaças inaceitáveis” a autoridades brasileiras.
Escobar também se encontrou na quinta-feira 7, com o vice-presidente Geraldo Alckmin, mas o conteúdo da reunião permacene em sigilo.


O Itamaraty tem atuado na defesa do ministro do STF
Esta é a quarta vez que Escobar comparece ao Itamaraty desde que as relações entre Brasil e Estados Unidos se deterioraram em virtude da reação do governo Trump aos abusos do Judiciário brasileiro contra cidadãos e empresas estadunidenses.
Em julho, o presidente Donald Trump impôs uma sobretaxa de 50% à maior parte das exportações brasileiras.
Na carta oficial enviada ao governo Lula informando sobre as novas tarifas, Trump também condicionou a suspensão da medida ao fim da perseguição política deflagrada contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
EUA advertem Moraes e aliados
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil compartilhou, nesta quinta-feira 7, um alerta a “aliados” do ministro Alexandre de Moraes por meio de publicação do Departamento de Estado.
O aviso foi publicado no X e ressaltou a possibilidade de novas medidas contra apoiadores do magistrado, incluindo integrantes do Judiciário.
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Moraes e outros sete ministros tiveram os vistos norte-americanos suspensos por ordem dos EUA. Além disso, o ministro Alexandre de Moraes está sob as sanções impostas pela Lei Magnitsky.
Na quarta-feira 6, o subsecretário de Estado dos EUA para Diplomacia Pública, Darren Beattie, afirmou que o ministro Alexandre de Moraes é “o principal arquiteto do complexo de censura e perseguição dirigido contra Bolsonaro e seus apoiadores”.
Justice Moraes is the key architect of the censorship and persecution complex directed against Bolsonaro and his supporters. Moraes’ flagrant human rights abuses earned him a Global Magnitsky sanction from President Trump. Moraes’ allies on the court and elsewhere are strongly… https://t.co/BnecDDSaI5
— Senior Official for Public Diplomacy (@UnderSecPD) August 6, 2025