O ex-presidente Jair Bolsonaro publicou nesta quarta-feira, 16, um texto nas redes sociais no qual denuncia o que chama de “perseguição implacável”. Para ele, o Estado brasileiro sofreu instrumentalização nos últimos anos para intimidar e punir opositores do “sistema” político.
Na publicação, Bolsonaro relembra a tentativa de assassinato que sofreu em 2018. Ele afirma que o caso, até hoje sem respostas definitivas, simboliza o abandono judicial que marca sua trajetória.
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“O delegado da Polícia Federal responsável pelo caso Adélio — que até hoje segue sem resposta concreta — foi alçado ao cargo de diretor da inteligência da PF no governo Lula”, disse Bolsonaro. “Coincidência? Difícil acreditar.”
Além disso, o ex-presidente relata uma série de ações judiciais contra si e seus aliados. Entre elas estão quebras de sigilo, buscas e apreensões, prisões e tentativas de delação premiada.


De acordo com Bolsonaro, a Justiça conduziu todas as medidas sem a apresentação de provas conclusivas. Para ele, aliados do governo construíram a “narrativa do golpe” apenas para justificar o uso da máquina pública contra um adversário político.
“Jamais se viu algo parecido na história”, argumentou o ex-presidente. “Sem minuta. Sem armas. Sem qualquer indício que sustente as manchetes fabricadas. O que sobra é apenas a narrativa — a velha farsa do golpe — criada para justificar o uso da máquina do Estado contra um adversário político.”
Por fim, Bolsonaro sustenta que o sistema político brasileiro passou a punir quem o confronta e a recompensar quem o serve. Ele publicou a mensagem enquanto prosseguem investigações e processos judiciais contra aliados próximos a seu governo.
– Perseguição. Implacável. Essa é a palavra que define o tratamento dado a Jair Bolsonaro. Enquanto corruptos são absolvidos, o ex-presidente é alvo de um cerco sem precedentes. O delegado da Polícia Federal responsável pelo caso Adélio – que até hoje segue sem resposta concreta… pic.twitter.com/27ZUU6fhmj
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) July 16, 2025
PGR quer Bolsonaro réu por tentativa de desestabilizar democracia
A Procuradoria-Geral da República (PGR) quer que Jair Bolsonaro responda por cinco crimes graves. Ao todo, a soma das penas pode levá-lo a cumprir até 43 anos de prisão.
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O órgão acusa o ex-presidente de liderar um plano para desestabilizar o regime democrático. Segundo a PGR, ele também teria tentado comprometer a legitimidade das eleições de 2022 e incentivado atos de vandalismo contra o patrimônio público.