O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 1º, que não pretende recorrer a campanhas de arrecadação de dinheiro e que não pedirá anistia em caso de eventuais condenações judiciais.
As declarações ocorreram durante o lançamento do Plano Safra 2025/2026, em cerimônia que reuniu ministros, parlamentares e representantes de movimentos sociais no Palácio do Planalto, sede do governo federal.
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“Nunca vou pedir para vocês fazerem um Pix para mim, nunca”, disse Lula ao público. “Guarda o seu dinheiro para pagar os seus funcionários. Não quero Pix e jamais vou pedir anistia antes de ser condenado.”
Sem mencionar diretamente nomes, ele emendou críticas a adversários que, segundo ele, não assumem responsabilidades. “Quem é frouxo não deveria fazer bobagem”, declarou. “Quem não tem coragem não deveria fazer bobagem. Quem não mede o erro das suas consequências não deveria fazer bobagem. Esse país está precisando de um pouco de seriedade.”
O discurso teve também referências indiretas à política externa do governo anterior. Lula criticou episódios de isolamento diplomático e declarou que o país deve manter relações com líderes estrangeiros. “Você tinha um presidente da república que nunca recebeu um outro presidente, porque disse que a mulher do presidente era velha”, afirmou.
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Durante a mesma cerimônia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou Bolsonaro e acusou o ex-presidente de incitar uma campanha de ataques ao governo Lula nas redes sociais, ao mencionar que ele teria se frustrado com a suposta baixa adesão ao ato político na Avenida Paulista.
“Acordei pela manhã de hoje e, como ministro da Fazenda, não posso deixar de mencionar o ataque que o senhor sofreu do seu antecessor nas redes sociais”, disse Haddad, em direção a Lula. No entanto, também não citou o nome do ex-presidente.
Ele afirmou que Bolsonaro busca recursos e anistia antes mesmo de enfrentar decisões judiciais. “Esse nem foi julgado ainda e já está pedindo perdão, já está pedindo anistia, já está correndo como sempre corre”, declarou.


O ministro também acusou Bolsonaro de faltar ao debate público e sustentou que o ex-presidente evita confrontos diretos. “Desde 2018 estou esperando esse homem fazer um debate comigo e ele está sempre fugindo”, afirmou.
Haddad rebateu críticas sobre aumento de impostos e defendeu medidas de atualização da tabela do Imposto de Renda. Segundo ele, durante a gestão anterior, trabalhadores passaram a pagar tributos apenas por causa da inflação acumulada. “Ele ficou os quatro anos, mais os três anteriores, sem reajustar a tabela do imposto de renda”, disse.
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