A primeira-dama Janja passou a tarde da última sexta-feira 4 fazendo compras em uma das regiões mais caras do Rio de Janeiro, informa a Veja. Depois de cumprir compromissos ao lado de ministros no interior do Estado, ela visitou o Shopping Leblon, situado no bairro conhecido pelo comércio voltado à elite carioca.
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Naquele mesmo dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na reunião do Novo Banco de Desenvolvimento, do grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics). Ele falou sobre os “fardos mais pesados sobre aqueles com menos recursos.”


O passeio de Janja ocorria fora dos holofotes oficiais e foi descrito por aliados como um momento de “respiro” em meio à intensa rotina institucional.
Nos corredores, ela distribuiu autógrafos. Em seguida, entrava em algumas lojas para experimentar vestidos e biquínis.
A movimentação da primeira-dama coincidiu com a permanência de parte da comitiva presidencial no Estado fluminense, que nos últimos dias concentrou eventos do governo federal. Entre sábado 5 e segunda-feira 7, está sendo realizada a reunião do Brics, na cidade do Rio de Janeiro.
Embora o trajeto tenha sido discreto, ela parecia à vontade com o fato de ter escolhido um centro de compras frequentado por figuras das classes sociais mais altas.
A presença de Janja diante das vitrines luxuosas não passou despercebida por observadores políticos. Para eles, em gestos simbólicos, fica claro um contraste entre a postura da primeira-dama e o discurso oficial centrado em desigualdade social.
Lula busca a todo custo reanimar a narrativa da luta de classes e ressuscitar o personagem do “pai dos pobres”, conforme ressalta a revista. Mas a naturalidade da primeira-dama naquele ambiente essencialmente de ricos chamou a atenção dos frequentadores.
A contradição se torna ainda mais visível no contexto político atual. Com queda de popularidade, Lula insiste novamente na tese de que combate os privilégios das classes abastadas e tenta justificar novos tributos, como o aumento do IOF, em nome da justiça social.
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Tal discurso hoje enfrenta crescente resistência da população, pressionada por promessas frustradas e uma inflação que avança sobre itens básicos, enquanto, conforme relata a revista, ele joga no Congresso o rótulo de indústria de lobby dos ricos.
Janja, lembra a publicação, se casou com Lula quando ele já era milionário, com um patrimônio revelado por investigações da Polícia Federal na Lava Jato, que o levaram à prisão, e remunerado por palestras bancadas por empreiteiras e empresas interessadas em negócios com o poder.
Além disso, ela tem acesso ao dinheiro disponível no cartão corporativo da Presidência da República. Com todos estes privilégios, Janja tem se mostrado deslumbrada. E encontra no estilo de vida sofisticado uma rotina aparentemente coerente com sua realidade pessoal. Mas que destoa do “figurino político” que o governo do marido tenta vestir.