A JBS, maior empresa de alimentos do mundo, acaba de dar um passo histórico ao lançar suas ações na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). O movimento não é apenas uma conquista empresarial — é também um marco para o Brasil, que se projeta cada vez mais como protagonista da segurança alimentar mundial.
Com presença nos cinco continentes, a JBS se consolida como símbolo da força produtiva brasileira. E mais: a abertura de capital em solo americano traz impactos estratégicos, tanto para a companhia quanto para a economia brasileira.
Ao ingressar na bolsa mais prestigiada do planeta, a JBS passa a ter acesso direto ao maior mercado financeiro global, onde circulam trilhões de dólares em busca de empresas sólidas e com perspectiva de crescimento. Isso significa mais facilidade para captar recursos a custos menores, o que fortalece a capacidade de investimento da companhia em áreas como produção, tecnologia, logística e sustentabilidade.
Essa credibilidade extra, associada ao selo de confiança que a NYSE representa, tende a atrair fundos institucionais, como fundos de pensão, fundos soberanos e gestoras de longo prazo, que buscam estabilidade e impacto global.
Mais investimentos, mais empregos, mais arrecadação
Com uma base sólida no Brasil, a expansão da JBS no mercado financeiro internacional não se resume ao mundo corporativo. O reflexo direto será sentido na geração de empregos e na arrecadação de impostos no país.
Num momento em que a automação e a inteligência artificial eliminam postos de trabalho em vários setores, a JBS caminha na contramão: está prestes a ultrapassar a marca de 300 mil empregados em todo o mundo, e boa parte de sua força de trabalho e estrutura produtiva continua concentrada em território brasileiro. Isso significa mais arrecadação para os cofres públicos, mais dinamismo para as economias locais e mais oportunidades para milhares de famílias.
O Brasil no centro do mapa da segurança alimentar
Mais do que uma vitória da empresa, esse passo reforça uma tendência geopolítica e econômica: o Brasil será, nas próximas décadas, o principal celeiro do mundo. Estima-se que o país será responsável por atender até 60% da nova demanda global por alimentos, impulsionada pelo crescimento populacional, pela urbanização e pela necessidade de cadeias alimentares sustentáveis.
Com esse pano de fundo, a JBS não apenas expande sua presença no mundo financeiro, mas também consolida o papel do Brasil como fornecedor estratégico de proteínas e outros alimentos em escala global.
O IPO da JBS em Nova York não é só uma questão de negócios. É um sinal claro de que o agronegócio brasileiro pode — e deve — ocupar os maiores palcos do mundo. É também uma oportunidade para mostrar que, quando há gestão eficiente, credibilidade e visão de futuro, o Brasil tem tudo para liderar um dos setores mais críticos do planeta: a produção de alimentos.
O sino que tocou na Bolsa de Nova York não ecoou apenas em Wall Street — ele soou para o mundo, anunciando que o Brasil está pronto para alimentar o futuro.


*Miguel Daoud é comentarista de Economia e Política do Canal Rural
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