O Monterrey estreia no Mundial de Clubes nesta terça-feira (17), em duelo com a poderosa Inter de Milão, em Los Angeles, a partir das 22h (de Brasília), em duelo que pode ser visto no Disney+ com transmissão ao vivo da Cazé TV e sem custo adicional.
O clube mexicano, pentacampeão da Champions da Concacaf, tem como figura mais famosa um ídolo histórico do Real Madrid e multicampeão também pela seleção da Espanha: Sergio Ramos. O zagueiro de 39 anos defende a equipe desde fevereiro e chegou muito por conta da disputa do Mundial.
Mas o xerifão não é o único jogador com carreira internacional no elenco comandado por Domenec Torrent, ex-técnico do Flamengo. Sergio Canales é o camisa 10 e um dos principais jogadores do time.
O atleta defende o clube mexicano desde 2023, quando foi comprado por 10 milhões de euros junto ao Betis. O Monterrey é a primeira experiência do meia de 34 anos fora da Espanha, seu país de origem.
Canales surgiu no Racing Santander como uma grande promessa e não demorou a chamar atenção dos maiores clubes do continente. Entre os interessados, ele pode escolher simplesmente entre Chelsea, Manchester City e Real Madrid.
Acabou indo para o Real, muito por conta de um desejo que tinha, na época ainda com 19 anos.
“Tive a opção de ir para o City ou para o Chelsea. Meus pais chegaram a se encontrar com o Ancelotti, que estava no Chelsea na época. Lembro que o City foi até Santander, fizemos reuniões e tudo mais. Decidi ir para o Madrid porque foi o único clube que entendeu que eu queria continuar emprestado ao Racing. Queria assinar, mas continuar lá por dois anos. Já o City e o Chelsea queriam que eu fosse direto para o time principal”, revelou, em entrevista recente.
No entanto, a permanência em Santander não aconteceu. Isso porque José Mourinho, recém-chegado ao comando do Real, pediu sua integração imediata: “As coisas estavam indo bem, mas aí chegou o Mourinho e disse que eu tinha que ficar, de qualquer maneira. E acabei ficando. No fim, foi por causa disso”.
Apesar do pedido do técnico português, Canales não conseguiu se firmar. Considerado uma joia, ele foi integrado ao estrelado elenco, que contava com Cristiano Ronaldo, Ozil e Di María. No entanto, disputou apenas 518 minutos e viu o Barcelona de Guardiola conquistar a Champions League e LALIGA, enquanto o Real levou a Copa do Rei.
“As coisas acontecem quando têm que acontecer. Eu era muito novo, e a concorrência era brutal. Todos querem ser os melhores do mundo, nem falo só do time. Era uma luta diária por espaço,” afirmou.
Com pouco espaço no Real, ele foi emprestado ao Valencia em 2011. Começou bem com Unai Emery, marcando gol na vitória sobre o Granada, mas sofreu uma grave lesão no joelho. Voltou seis meses depois, deu duas assistências em sequência, mas sofreu nova ruptura e ficou mais seis meses fora. Ainda assim, o clube o contratou em definitivo por 7,5 milhões de euros.
Entre 2012 e 2014, disputou 32 partidas e marcou dois gols, mas perdeu espaço após a chegada do técnico Pizzi e foi negociado com a Real Sociedad. Foi lá que o “mágico silencioso da Cantábria” começou a florescer de fato, ao lado de Illarramendi, Carlos Vela, Griezmann e Xabi Prieto.
Na temporada 2014/15, marcou quatro gols em 36 jogos. Quando vinha bem em 2015/16, lesionou novamente o joelho, dessa vez o esquerdo, em partida contra o ex-clube Real Madrid. Após nove meses de recuperação, retornou e somou quatro assistências em 2016/17. No ano seguinte, fez 5 gols e deu 11 assistências em 45 jogos.
Em 2018, recusou a renovação e assinou com o Betis por quatro anos. E logo se tornou peça vital: foram nove gols e três assistências em 2018/19, com o time liderando seu grupo na Liga Europa e chegando às semifinais da Copa do Rei. No entanto, o 10º lugar em LALIGA levou à saída do técnico Quique Setién e à chegada de Rubi.
Mesmo com um elenco instável, Canales manteve a regularidade e somou seis gols e seis assistências na temporada 2019/20, mesmo com o time caindo precocemente nas copas e terminando apenas em 15º lugar. O ponto positivo foi a crescente parceria com Nabil Fekir, recém-chegado do Lyon.
Rubi saiu e Manuel Pellegrini assumiu o comando em 2020. Mesmo sem investimento algum devido à crise da Covid-19, o Betis surpreendeu. Canales brilhou, marcou dez gols e deu seis assistências, sendo o artilheiro do time na campanha que rendeu o 6º lugar e quartas de final na Copa.
Ele se manteve protagonista e o cérebro do meio-campo até 2023, quando foi negociado com o Monterrey. Em dois anos de México, seus números ficaram ainda melhores.
Em sua primeira temporada, atuou em 37 partidas, com 13 gols e quatro assistências. E na segunda, parece viver seu auge. Até agora, ele atuou 43 vezes, com 18 gols e 13 assistências, e fez parte do time ideal do Campeonato Mexicano.
O Mundial, contra potências de todos os continentes, parece o cenário perfeito para Sergio Canales brilhar. Depois do duelo com a Inter, o Monterrey ainda enfrenta River Plate e Urawa Reds.