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Jornalista em Israel relata experiência no abrigo em bombardeio

A jornalista americana-israelense, Zina Rakhamilova, descreveu ao Israel Hayom os momentos de tensão vividos em Tel-Aviv na madrugada de sexta-feira 13, quando Israel declarou estado de emergência nacional e iniciou uma ofensiva contra o Irã.

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Tudo começou por volta das três da manhã, com um alerta do Comando da Frente Interna despertando a população.

“Não era sobre foguetes, como costumava ser”, afirmou Rakhamilova. “Era algo diferente. O país, em questão de minutos, parou.”

A movimentação nos céus de Israel foi imediata. Caças sobrevoaram a capital, e o espaço aéreo foi fechado. Escolas, escritórios e locais públicos suspenderam as atividades.

Rakhamilova, que atua no jornalismo com foco em segurança e conflitos no Oriente Médio, disse que os sinais já indicavam uma escalada.

“Era claro o que estava acontecendo”, disse a jornalista. “Já sabíamos que o Irã estava perto de obter uma arma nuclear. Os Estados Unidos [EUA] tinham evacuado parte do corpo diplomático no Oriente Médio. Tudo indicava que algo grande viria.”

Durante a madrugada, vídeos começaram a circular mostrando ataques a bases em Teerã.

“Depois de anos ouvindo ameaças, vivendo sob pressão, chegou o momento”, acrescentou. “O Irã, que treinou e financiou os atentados de outubro, que arma nossos inimigos, agora era diretamente confrontado.”

Por volta das 21h30, os alarmes soaram de novo. Rakhamilova e seus vizinhos tiveram apenas alguns minutos para buscar abrigo.

“O refúgio na escada já não era suficiente”, afirmou. “Tínhamos dez minutos para correr até um abrigo subterrâneo. No caminho, vimos os interceptadores explodirem um míssil sobre Tel Aviv. O chão tremeu.”

Dentro do abrigo, o ambiente era tenso e silencioso. “Havia gente de todas as idades”, relatou Rakhamilova. “Entre rezas e cantos, tentávamos manter a calma enquanto aguardávamos novas instruções.”

Mesmo com o sistema de defesa em ação, alguns bairros centrais foram atingidos pelos mísseis do Irã.

“Visitei uma rua completamente destruída”, disse ela. “Milagrosamente, poucas mortes. Mas a cena era desoladora.”

Tel-Aviv no dia seguinte ao bombardeio em Israel

Ela permaneceu no abrigo das 0h às 5h. Ao sair, descobriu que um dos mísseis havia atingido uma área próxima de sua casa. Três amigos seus ficaram desabrigados.

Uma das afetadas foi a jornalista Shanna Fuld, fundadora do Israel Daily News Podcast. Ela morava na esquina exata onde o projétil caiu.

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“Foram duas horas até conseguirem tirá-la do abrigo”, contou Rakhamilova. “Ela saiu de pijama, atordoada, mas viva. O apartamento foi totalmente destruído. Ver que ela estava bem foi o único alívio. Mas caminhar por um bairro em ruínas, onde amigos ficaram sem lar, foi devastador.”

Ao retornar para casa, a jornalista desabou. “O ataque me quebrou”, confessou.

Mesmo assim, Tel-Aviv já mostrava sinais de estar se reerguendo no dia seguinte. “Cafés voltaram a abrir”, observou. “As pessoas saíram às ruas. Não por negação, mas por decisão. Não vamos deixar o medo vencer.”

Apesar do trauma, ela encerrou com convicção. “Vivemos sob ataques. Dormimos mal. Mas seguimos”, concluiu. “Vamos reconstruir. E não vamos deixar o terror vencer.”


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