Eunice Fernandes de Oliveira foi torturada e morta em janeiro –
A equipe da delegacia de Polícia Civil do Paraná (PC/PR), de Sengés, cumpriu nesta segunda-feira (10), um mandado de internação provisória contra um jovem suspeito de estar envolvido na execução de uma usuária de drogas, crime ocorrido no início de 2025, bem como na tortura e tentativa de execução de outra vítima, em dezembro de 2024.
As investigações apuraram que o homicídio foi motivado pela suspeita, por parte de traficantes locais, de que a vítima teria furtado entorpecentes de um ponto de venda de drogas (biqueira). Em razão disso, integrantes da quadrilha decidiram aplicar o chamado ‘tribunal do crime’, prática criminosa em que membros de grupos organizados impõem punições violentas a pessoas consideradas ‘infratoras’ das regras impostas pelo tráfico.
Eunice Fernandes de Oliveira foi torturada e morta em janeiro de 2025. Dias antes, a mesma quadrilha torturou e tentou executar outra usuária, que se fingindo de morta conseguiu se arrastar até ser salva por um popular. Os executores não a encontraram quando voltaram para enterrá-la.
Durante as diligências, o ‘Setor de Investigação’ apreendeu aparelhos celulares pertencentes aos suspeitos. Conforme a PC/PR, após perícias técnicas, foram identificados áudios e vídeos que comprovam o envolvimento direto dos autores no crime. Entre o material analisado, constam gravações de áudios do mandante intelectual, que ordenava a execução da vítima, e áudios de um dos executores, que relatava em detalhes as etapas do assassinato. Além disso, foram localizados vídeos gravados pelos próprios assassinos, registrando a vítima antes e após a execução.
VÍDEO
Vídeo mostra áudios entre integrantes do ‘Tribunal do Crime’ | Autor: Divulgação.
Ao longo das investigações, oito pessoas foram identificadas e presas pelo crime: sendo cinco executores, um mandante e dois participantes indiretos, que atraíram a vítima até o local da emboscada a mando dos traficantes. Entre os envolvidos estão dois adolescentes, que inclusive receberam ordens do mandante principal para que assumissem toda a culpa, pois suas penas seriam ‘leves’ devido serem menores de idade.
O cumprimento do mandado de internação representa mais uma etapa na conclusão das investigações. “A Polícia Civil de Sengés reafirma seu compromisso com o combate ao crime organizado, à violência e à impunidade, atuando de forma firme e contínua para garantir justiça e segurança à população”.
